Banco de dados


 

Introdução

Le Coadic (2004, p.4) diz que “a informação é um conhecimento inscrito (registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um suporte.” Os primeiros a registrarem suas informações foram os Homens das Cavernas, com pinturas ruprestes. A invenção da escrita e seu desenvolvimento contribui para tornar o processo de comunicação unicamente oral para o escrito. A escrita e a Imprensa de Gutenberg proporcionaram a multiplicação (cópia) em larga escala de diversos documentos, não só papéis. Essas diversas cópias e o seu armazenamento em bibliotecas além de outros fatores deflagrou a chamada Explosão Quantitativa da Informação. Após o Período Pós-Grandes Guerras (1945), o crescimento literário cientifico aumentou significativamente, aumentando o caos bibliográfico. Tornava-se assim impossível acompanhar todos os livros, artigos de periódico de determinada, ocasionando especializações.


O Computador

O computador tem sua própria história, que não será contada aqui. No entanto, sem sua participação no mundo das bibliotecas , estas ainda teriam muitos problemas, dos quais hoje são solúveis ou já foram sanados. Conforme Cunha (1984, p.22): “é possível dizer-se que a introdução e aplicação do computador para processamento da informação bibliográfica constitui um dos eventos mais importantes da biblioteconomia”.


Base de dados

É aqui que entra a importância das bases de dados em nosso contexto. Nas décadas de 50, as bibliotecas usavam computadores em lotes (batch) que geravam fichas catalográficas perfuráveis, aquelas que nossos professores de Representação Descritiva lembram não com saudades. Em 1961, os computadores começaram a gerar índices; catálogos. O conceito de base de dados “nada mais é do que um conjunto de tabelas de informações relacionadas em campos e registros, similar a uma agenda” (Núcleo Técnico Editorial, 1999, p. 8). O uso de base de dados em larga escala evolui-se com a Internet e seu desenvolvimento. Decidimos mesclar diversas datas abaixo para melhor apresentação de uma linha do tempo, interligando informação (comunicação), bases de dados e Internet.

Complementos:

1950-1960 – Primeiras experiências com bases de dados em linha;

1952-1957 – SAGE – Base de dados paro uso da US Air Force – Aeronáutica;

1962 – SABRE – Base de dados para reservas de companhias aéreas;

1964 – Lockheed Misseles Corporation desenvolve um sistema on-line chamado CONVERSE para sua biblioteca;

- TIP – Sistema de base de dados desenvolvido pelo MIT para buscas bibliográficas;

1965 – Criação do ORBIT (Online Retrieval of Bibliographic Information Time Shared) pela SDC (System Development Corporation) e financiado pelo ARPA para acessarem via telefone, um arquivo de 200 mil registros bibliográficos;

- RECON (Remote Console) desenvolvido pela Lockheed para a NASA. Tornou-se o DIALOG.

1966 – IBM desenvolve o STAIRS (Storage and Information Retrieval System)

1967 – OCLC – Ohio College Library Center foi a primeira rede de catalogação cooperativa;

1969 – criação e difusão do armazenamento de informações de dados bibliográficos em fitas magnéticas;

1970 – Consolidação do uso de base de dados on-line;

1972 – Apenas seis bases bibliográficas eram disponíveis para o público em geral. Em 1992, havia quase 5.300, desenvolvidas por 2.158 produtores (LANCASTER et all, 1993, p.27; citado por CENDÓN, 2005, p. 61)

1977 – No Brasil, o IBCT foi uma das primeiras instuições a utilizar o acesso on-line.

1980 – Surgem os microcomputadores, CD-ROM’s, video-discs, etc;


Sistema de Gestão de Base de Dados (SGBD)

Um tópico interessante e que precisamos conhecer é sobre os Sistemas de Gestão de Banco de Dados, os famosos SGBD. Os computadores em batch perfuravam fichas catalográficas que eram trocadas entre bibliotecas – membros. Os catálogos e listas de cabeçalhos de assunto, e principalmente os grandes fichários foram excelentes Sistemas de Recuperação da Informação (SRI) que atendiam satisfatoriamente seus usuários. Mesmo assim, se compararmos a eficiência, a demora e o trabalho empregados para pesquisas em fichários com o imediatismo de hoje, não vamos nunca mais querer mexer neles. Esses sistemas, não eram automatizados. Com as novas tecnologias isto mudou. Um SGBD é o intermédio entre os usuários e as bases de dados.

Uma pesquisa ou levantamento bibliográfico em fichinhas poderia levar horas ou mesmo dias enquanto atualmente, uma hora pode ser suficiente, ou menos. Por quê? Porque os SGBD’s gerenciam as tabelas (registros e campos), visões e índices de uma base de dados, usando ferramentas para facilitar a busca de linhas em uma tabela. Possuem motores de busca (Data Engine) e linguagens de busca (Query Languages). As vantagens na utilização destes softwares (ORACLE, DB2, ACESS, etc.) são gigantescas. Algumas delas:


  • Possibilitam troca de informações – comutação bibliográfica, catalogação cooperativa;

  • Redução de espaço na biblioteca;

  • Acesso múltiplo, rápido e instantâneo dos usuários em bases de dados on-line;

  • Economia de tempo;

  • Elaboração de melhores pesquisas.


Podemos classificar os sistemas de bases de dados como um grupo de três componentes: Produtores de Bases de Dados, Vendedores ou Distribuidores e os Usuários. Os Produtores são as grandes empresas que desenvolvem as bases e os SGBD’s como a MEDLINE, ERIC (National Institute of Technology), MARC II (Library of Congress), etc. Os Vendedores ou Distribuidores geralmente são pontes entres os usuários e os produtores e até mesmo as vezes, comercializam suas próprias bases de dados. Ex.: ORBIT (System Development Corporation), DIALOG (Lockeed Information System, BRS (Bibliographic Retrieval Services). E por fim os usuários que se constituem em empresas de documentação, comunicação e principalmente bibliotecas.

Enfim, “os SGBD são programas ou conjuntos de programas que permitem criar e manipular bases de dados, em que os dados são estruturados com independência relativamente aos programas de aplicação que os manipulem.” (LEOCÁDIO, 2007).


Bibliografia consultada


ANDERS, Vicky. Automated Information Retrieval System in libraries: a management handbook. New York: Greenwood Press, 1992.


CENDÓN, Beatriz Valadares et all. Ciência da Informação e Biblioteconomia. Novos conceitos e espaços de atuação. Belo Horizonte: UFMG, 2005.


CUNHA, Murilo Bastos da. Base de dados e bibliotecas brasileiras. Brasília: ABDF, 1984.


LE COADIC. A ciência da Informação. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 2004.


LEOCÁDIO, Paulo. Teoria de Bases de Dados. Disponível em: www.apostilando.com; acesso em mar. 2007.


NÚCLEO TÉCNICO E EDITORIAL. MS Acess 2000 passo a passo lite. São Paulo: Makron books, 1999.



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