RECURSOS INFORMACIONAIS II - AULA 01/03

Resenha

Do Mundaneum à WEB Semântica: discussão sobre a revolução nos conceitos de autor e autoridade das fontes de informação

PASSARELLI, B. Do Mundaneum à WEB Semântica: discussão sobre a revolução nos conceitos de autor e autoridade das fontes de informação. Datagramazero (Rio de Janeiro), v. 9, p. n.5, out. 2008. Disponível em: http://www.dgz.org.br/out08/Art 04.htm. Acesso em: 01 março de 2010.

A  ideia de agregar todo o universo do conhecimento já aparecia no final do século XIX  a começo do século XX. Otlet desenvolveu um sistema de classificação (CDU - Classificação Decimal Universal) e outros mecanismos  para obter controle sobre o conhecimento produzido na época, sua ideia era que além de juntar conteúdos, fornecer acesso e ligação entre estes. Ao longo do artigo, observa-se a evolução da Internet desde uma plataforma comercial,  com baixas trocas de informação para uma plataforma interativa, em que o usuário publica, colabora,  opina e edita conteúdos. Esta circulação de informações e contato entre pessoas e conteúdos já era de certa forma projetado por Otlet. A chamada Web Semântica, cunhada por Tim Berners-Lee, seria a Internet  com mecanismos mais eficientes em recuperação da informação , entretanto, a dificuldade de se etiquetar (colocar tags)   todo o universo da Web e a falta de acordo entre os protocolos de metadados, faz com que a Web Semântica  não exista na prática, conforme Passarelli.
Uma tendência que se observa na Internet é a personalização de sites, como por exemplo o Piggy Bank,  em que pode-se retirar informações de um site e colocá-las em outro site, personalizando o conteúdo e a
forma que este conteúdo é disposto no site.Com toda esta produção e alteração de informação por parte dos usuários, surge um problema:a questão da autoria. A Wikipedia (enciclopédia elaborada por usuários sem um processo de revisão dos verbetes postados)  e softwares colaborativos (por ex, wiki, em que o internauta pode editar conteúdos)  são exemplos em que não se tem controle sobre quem publica e sobre a qualidade desta publicação. 
Há discussões referentes à validade de informações provenientes deste tipo de fonte (colaborativas): Um usuário comum pode elaborar conteúdos confiáveis? A produção coletiva faz com que naturalmente os conteúdos sejam corrigidos?
Como não há mecanismos formais de revisão é recomendável estar atento e checar informações dessas fontes,  porém a concepção deste tipo de iniciativa não deve ser totalmente descartada, uma vez que amplia possibilidades do sujeito atuar na Web, "deixar sua marca".
Em 2005, a revista Nature desenvolveu uma avaliação e submeteu os artigos da wikipedia  e da Britannica em uma revisão de pares (peer review) para verificar se havia grandes  distorções entre uma enciclopédia produzida por pessoas de diferentes perfis sem algum tipo de revisão  e uma enciclopédia conceituada que é editada por um grupo de profissionais. O estudo revelou que não  há grandes disparidades, sendo que a quantidade de erros encontrados em ambas as enciclopédias é próxima. Jaron Lanier critica não o modo da enciclopédia ser produzida,  mas sim a importância que tal fonte obteve em pouco tempo. Fazendo-nos pensar que devemos refletir sobre a utilidade, validade e relevância de determinadas inovações
tecnológicas para o nosso contexto.
 
Resenha
Mediações e mediadores em Ciência da Informação
SILVA, Armando Malheiro da. Mediações e mediadores em Ciência da Informação. PRISMA.COM, n. 9, dez. 2009. Disponível em: <http://prisma.cetac.up.pt/Prisma.Com_n9-Mediacao_e_mediadores_em_Ciencia_da_Informacao.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2010.
 
No artigo de Armando Malheiro Silva, discute-se o conceito de mediação, sendo amplamente utilizado por pesquisadores de Biblioteconomia e Ciência da informação (CI), porém tal uso não é considerado crítico pelo autor: "Parece-nos, no entanto, que urgente se assuma uma apropriação crítica, portanto o conceito de ediação tem valor hermenêutico nas pesquisas e análises desenvolvidas em CI" (p.09) Armando destaca diversos significados de mediação retirado de outros autores e verbetes de dicionários da área, mas atenta-se para
as ideias de Martín-Barbero, em que este coloca a cultura como ponto fundamental para a "compreensão do processo de mediação" (p.06). Neste sentido, mediar significa passar, comunicar algum valor, cultura e ideia.
O processo comunicacional ganha destaque, desenrola a produção de sentidos. De acordo com Barbero não há "comunicação sem cultura,nem cultura sem comunicação" (p.07).A comunicação na via Internet assume outras formas, linguagens e experiências, a cultura é ressignificada,surgindo também novas culturas.
Ao contrário do paradigma custodial ("surge a partir do séc.XVIII até a Era da Informação" p.10), proposto por Armando, que é caracterizado pela guarda de documentos/objetos como preocupação mor com um viés patrimonialista, o paradigma pós-custodial privilegia o acesso e circulação da informação contida no documento/objeto.Deste modo, a Web se aproxima  do contexto pós-custodial, exigindo profissionais que tentem ampliar acessos, tratar conteúdos sem limitá-los, preservar e garantir autenticidade de informações, porém sem que esta preservação tenha a conotação do paradigma custodial, que encara a informação como um tesouro raro que não pode ser tocado. Fato totalmente desconexo no virtual.
ps: o texto está "pulando" linhas. Não consegui resolver este problema de formatação...
Até a próxima aula!
 

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