DA SILVA, Antonio Malheiro. Mediações e mediadores em Ciência da Informação. Prisma.com n. 9, 2000. Disponível em: http://prisma.cetac.up.pt/Prisma.Com_n9-Mediacao_e_mediadores_em_Ciencia_da_Informacao.pdf. Acesso em 10 mar. 2012 Conceito de mediação: do ponto de vista jurídico como intermediação; na comunicação, a mediação é o elo entre emissor e destinatário, e nela existem três tipos de mediação: 1) a lingua; 2) a comunicação como mediação no espaço social e 3) mediações institucionais e estratégias de comunicação (ex. publicitários). Para Martin Barbero, mediador é "a pessoa que habita ou visita um bairro da cidade e que permite o fluxo permanente de sentido, com novas experiências culturais e estéticas". Este mediador cultural remete ao bibliotecário animador, ambos com a função de aproximar indivíduos e obras de cultura. A Ciência da Informação se apropriou deste conceito que veio de outras disciplinas sem a devida adequação às especificidades deste campo de estudos. Questionamento se CI é uma ciência e como provar se é. Da Silva tem a concepção de que a CI é transdisciplinar, isto é um "estádio epistemológico evolutivo, resultante da interação de integração da Documentação, Biblioteconomia e Arquivística". Para ele, a CI esta em mudança de paradigma do custodial e patrimonialista para pós-custodial, informacional e cientifico. No paradigma custodial, os documentos eram objetos físicos, fontes indispensáveis à produção de ciência e à valorização da cultura de um povo, mas eram também de difícil acesso para o povo. O paradigma pós-custodial surge na segunda metade do séc XX como conseqüência da sociedade da informação. As novas tecnologias trouxeram novas dinâmicas na reprodução e comunicabilidade da informação, mudaram a forma tecnicista descritiva de se trabalhar os documentos, e agora, exigem a compreensão do social e do cultural, daí a necessidade de novas formas de trabalho para o profissional da CI. Faz falta à CI o uso conceitual da mediação, entendida como articulação entre partes diferentes em situações e contextos determinados. No questionamento sobre qual é o papel da biblioteca, Eco é mencionado pelo seu desejo de uma biblioteca aberta e polivalente, já que o tecnicismo algumas vezes tendeu a esconder as informações do usuário. O bibliotecário é mediador; Ortega y Gasset advoga um papel mais ativo desse mediador, para funcionar como um filtro entre a chamada torrente de informações e o usuário. Ranganattan desenvolveu as suas famosas cinco `leis`. Assim, também muitos outros autores contribuíram com algum tipo de mediação mais adequada aos novos tempos. Mediação pós-custodial e informacional- o aumento da produção da informação traz o problema do acesso e as novas tecnologias demandam novas formas de mediação, `deslocalizada, institucional, coletiva, grupal, pessoal e até anônima, interativa e colaborativa`. O motor de busca Google traz a rapidez na busca, mas leva a questão da influência e poder dos informáticos que controlam o processo tecnológico e obriga o bibliotecário a partilhar espaço com esses profissionais informáticos. A informática trouxe novas formas de partilhar, armazenar e acessar informações, portanto para o especialista da informação é importante a literacia informacional, enquanto conjunto de competências na busca, na avaliação e no uso da informação disponível. Conclui-se que a mediação pós-custodial destina-se a facilitar uma compreensão da complexificação e generalização da produção, do armazenamento, do uso e da difusão de informação heterogênea.

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