Postagem realizada em: 09/04/2012 às 14:31:14 - Última atualização em: 30/11/-0001 às 00:00:00
Autor: Romildo Gregorio de Lira

A aula de hoje, na prática a minha primeira aula no curso, iniciou-se com a apresentação dos trabalhos de alguns colegas, o que me ajudou a entender melhor a proposta da atividade que foi pedida na aula anterior, tanto que comecei a pesquisa, mas não a terminei – ainda. Um dos pontos mais interessantes que me ficou nas apresentações é quanto à necessidade de se verificar a confiabilidade dos buscadores, procurando dados como sua origem, quem os mantém, etc.
Da aula, também me ficou latente a diferenciação entre bases de dados e os buscadores. As bases de dados surgem ancoradas em grupos editoriais, notadamente europeus ou norte-americanos – que digitalizam seus acervos e os disponibilizam a partir da cobrança de uma taxa. Os buscadores surgem como mecanismos de busca em dados que são disponibilizados na web. Assim, as bases de dados apresentam um alcance muito menor que os buscadores, já que sua busca é restrita aos dados compilados em sua base. Os buscadores têm alcance maior, pois busca organizar os dados criados na web como um todo, embora, como frisado em aula, não há base que consiga abarcar esses dados em sua totalidade.
Dentre os buscadores, procurou-se mostrar o porquê do Google tornar-se um paradigma par os buscadores, pois apesar de não ser pioneiro nessa área, proporcionou mudanças que o transformaram em meio quase que hegemônico. Isso se deu porque se saiu da idéia de se realizar buscas baseadas em listas ou palavras-chave para a utilização de fórmulas matemáticas, que agilizaram e expandiram o alcance das buscas.
Quanto aos textos que se encontram no Nexus, referentes a matérias de jornais, predominantemente de meados da década passada, vi como ponto interessante a possibilidade e os trabalhos que buscam a digitalização de livros. Esse tema tem sido muito discutido porque pode ameaçar a indústria editorial assim como outros softwares afetaram a indústria fonográfica, por exemplo.
A questão do direito autoral é crucial nesse processo e é motivo de inúmeras ações contra o Google, principalmente, por empreender esse trabalho. Às obras de domínio público, que não incidem o pagamento de direito autoral, esse trabalho já tem se desenvolvido com maior facilidade e proporciona o acesso a obras raras que antes seriam praticamente inacessíveis, seja pelos seus poucos exemplares remanescentes, seja pelas condições físicas em que se encontram esses exemplares. Assim, essas obras podem ser acessadas nos mais diversos locais, simultaneamente, proporcionando acesso de um bem cultural que antes estava restrito a uma pequena parcela de pessoas.
A acessibilidade, inclusive, é um dos fatores positivos da digitalização dos conteúdos dos livros. Nesse processo são extintas ou reduzidas as barreiras espaciais que impossibilitavam o acesso a obras, tornando as pesquisas mais completas e proporcionando ao pesquisador meios de desenvolver suas pesquisas mesmo estando longe dos grandes centros científicos. Além disso, há a possibilidade de democratizar a informação e de garantir às pessoas com acesso à internet uma vasta gama de conteúdos, indistintamente. A imaterialidade dos dados na web, bem como o desenvolvimento de tecnologias de informação como os e-books, também proporciona uma economia espacial, à medida que uma infinidade de livros pode ser armazenada em um espaço reduzido e facilitando a multiplicidade de informações. O Nexus, por exemplo. Num mesmo meio se tem acesso ao cronograma das aulas, links que me remetem diretamente aos textos que se deseja à leitura ou que exponham bem o que se pretende discutir e não há limite de textos. Pode-se citar um, cinco ou mais textos em reduzido espaço e clica-se no link conforme o interesse, remetendo a outra página que apresente o conteúdo do texto. O mesmo ocorre com a internet. Tenho um tema para pesquisar e pode-se ter acesso a conteúdos que tem origens diversas e todas num mesmo ambiente – a página da web – e num simples clique acessa-se ao texto completo ou a parte dele.
Entretanto, como escrito acima, há questões que ainda não foram solucionadas e são entraves, mesmo que parcial, ao desenvolvimento desses empreendimentos. O primeiro, já apresentado, refere-se aos direitos autorais. Como digitalizar, sem ferir esse aspecto? Nos textos apresentam-se algumas soluções ou justificativas: o Google justifica que nos livros que não são de domínio público, não há acesso ao texto completo, apenas a partes dele. O mesmo Google e outros programas que se utilizam desses recursos também apontam a possibilidade de vender fragmentos do texto (capítulos, páginas, trechos, poesias, gráficos, etc.) gerando uma fonte de renda e possibilitando o pagamento desses direitos autorais. Outra questão é a de confiabilidade dos sistemas e também a durabilidade desses programas enquanto mantenedores desses conteúdos. Por ser algo extremamente novo, não se tem ideia do quão confiável são essas tecnologias no sentido de manter por longo tempo a guarda desses conteúdos e essas dúvidas podem ser aferidas com tecnologias que surgiram antes, como o CD-ROM, o disquete, entre outros, que pareciam solucionar o problema da guarda perene dos dados e hoje se encontram obsoletos. Além disso, há a questão da democratização da informação. Afinal, esses programas são subvencionados por alguém – física ou juridicamente – e esse alguém tem interesses, que podem não ser os da maioria. Se esses conteúdos dos livros manterem-se digitalizados por uma única empresa ou um pequeno grupo delas, sem a possibilidade de que outras possam empreender tal trabalho – por entraves jurídicos – pode haver o monopólio e a concentração dessas informações, o que é o extremamente oposto à ideia original. Logicamente trata-se de uma suposição, mas deve ser pensada e discutida, pois é possível.
Bom, essas foram minhas impressões, por ora.
Abraço!