scielo


Bases de acesso livre no Brasil
Quem está dentro da academia, ou seja, da universidade, acompanha diversas discussões sobre o momento que vive a pesquisa científica e seus problemas. Dentre os desafios, muitos destacam o mal do “produtivismo” que afeta a ciência nacional.

Cada vez mais se exige dos pesquisadores o aumento das publicações científicas. Essa “produção obrigatória” dos cientistas se deve a diversos fatores, como necessidade de publicar para aumentar os pontos do seu programa de pós-graduação na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) ou para obter financiamentos para as suas pesquisas. (Como consequência desta “produção em massa”, que prioriza mais a qualidade que a quantidade, vê-se o aumento de artigos retratados nos periódicos, muitos deles por plágio. Mas isso poderá ser discutido em outra ocasião...).

Tal quadro exige dos pesquisadores um conhecimento cada vez maior dos periódicos de sua área, já que quanto mais revistas ele conhecer, maior é o seu leque de opções para publicação. Mesmo que exista um “ranking” de revistas, o famoso “Qualis” da Capes, que faz uma estratificação de sua qualidade, os cientistas e mesmos os estudantes, enriquecerão seu conhecimento se conhecerem também os periódicos que não são “de ponta”, pois neles também podem se esconder contribuições relevantes à ciência.

Os periódicos mais bem avaliados, como os indexados por grandes bases como Elsevier, Web of Science e Nature, normalmente exigem o pagamento para acesso aos artigos. O bom é que as universidades costumam assinar estas bases de dados, onde os pesquisadores podem ter acesso a elas dentro da própria universidade, ou remotamente como no caso da USP, que dispõe da tecnologia VPN (Virtual Private Network), onde os pesquisadores conseguem acessar as bases de qualquer computador, desde que possuam um login e uma senha fornecidos pela universidade.

Além destas bases que são pagas, é importante que os estudantes (e também os pesquisadores!) conheçam algumas bases de acesso livre que o Brasil possui e que também indexam bons periódicos, e evidenciam um esforço de popularização e divulgação da ciência nacional.

A mais conhecida destas bases é certamente a SciELO (Scientific Electronic Library Online), que começou em 1997, e objetiva atender principalmente a comunidade científica da América Latina e Caribe. Atualmente é composta por 1017 periódicos, de todas as áreas do conhecimento. O mecanismo de busca é bem fácil de ser utilizado e além de encaminhar o usuário para o texto completo dos artigos, oferece facilidades como a referência bibliográfica já pronta.

Link: http://www.scielo.org/php/index.php

 Uma outra opção é o Portal de Periódicos da Capes, que não é totalmente gratuito: muitos periódicos só podem ser acessados em computadores dentro das instituições conveniadas. Mesmo com isso há diversos periódicos de acesso livre que podem ser acessados de qualquer lugar:

Link: http://www.periodicos.capes.gov.br/index.php

 Quem é da área de Ciências da Saúde tem uma opção de peso: a Biblioteca Virtual em Saúde da BIREME, que é uma base de dados que “puxa” informações de outras bases, como Scielo, LILACS e MEDLINE. Esta base possui a especificidade de não conter somente artigos científicos, ou seja, informação para um público especializado; ela disponibiliza também informações para o público leigo, e um excelente vocabulário controlado para uso dos bibliotecários.

Link: http://regional.bvsalud.org/php/index.php

 Existem ainda outras bases de acesso livre que não são de periódicos. Para teses e dissertações, por exemplo, destacam-se o Banco de Teses da Capes (http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/) e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP (http://www.teses.usp.br/). Outro repositório que merece ser citado é o Domínio Público (http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp), onde é possível encontrar desde teses e textos científicos (não publicados em periódicos), até livros de literatura e músicas.

O Brasil também possui bons repositórios de informação! Que tal conhecê-los um pouco mais?


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