Uma notícia que saiu na Folha deste dia, comprova o que foi dito no primeiro dia de aula, comparando a Internet e seus buscadores com o livro de George Orwell, 1984.

O maior buscador do mundo disponibiliza uma base de dados imensa e muito particular das pessoas. Hoje em dia, informações privadas são divulgadas na Internet, e isso ocorre com ou sem autorização, ou pelo menos, consentimento. Sites de relacionamentos, dados pessoais, contas de email, tipos de pesquisas realizadas e até trabalhos escolares são divulgados na Internet e sujeitos ao armazenamento e divulgação do buscador.

 

 

Jornal Folha de S. Paulo, 16 de maio de 2007. Informática, página F4.

Usuários temem banco de dados do Google

Internautas reclamam que megabuscador recolhe muitas informações sobre suas vidas e culpam serviço por exposição indesejada

Não é preciso de números para afirmar o poder do Google na internet e, por conseqüência, no mundo da tecnologia.

“Algumas pessoas digitam o endereço de um site no campo de busca do Google. Para elas, o Google é a própria internet: sem o primeiro, a segunda não existiria” diz Manoel Netto, consultor e autor do Tecnocracia.com.br.

Apesar de não nutrir antipatia pela empresa do buscador, Netto afirma que há motivos para se preocupar com ela.

“Os tentáculos do Big G (Google) estão se ampliando muito rapidamente e canabalizando o mercado” diz ele sobre as compras – como a do YouTube – feitas pelo Google. Para Netto, essa volúpia pode diminuir a diversidade da internet.

Outra preocupação de Netto é a quantidade de informação que circula pelos servidores da empresa, responsável por 62,26% das buscas realizadas nos EUA em abril deste ano, de acordo com a empresa de monitoramento de Hitwise. “Claro que é possível cometer “googlecídio”, mas isso limitaria o uso da rede” afirma.

O blogueiro James Thomas (www.centernetworks.com) apostou nessa solução. Segundo ele, não foi por medo do Google, mas do que o governo norte-americano pode fazer com as informações contidas no buscador.

O Google guarda as buscas feitas pelos usuários –quem tem conta do Google pode ver quais procuras realizou e quando. Outra forma de obter dados é pelo Gmail: os termos de serviço autorizam a empresa a escanear todas as mensagens recebidas pelo usuário.

O Google afirma que isso é feito apensar para melhorar as buscas e para aprimorar os anúncios contextualizados.

Dedo-duro

Outra reclamação comum é a de que o Google entrega informações para quem não devia. “Muita gente reclama que o Google já revelou indevidamente sua vida privada a alguém”, conta Felipe Marconi, autor do site e fã-clube do Google www.guglogia.hpg.ig.com.br.

Apesar de a página não ser atualizada – hoje ele cuida do blog conhecimento-livre.blogspot.com, também sob guarda-chuva Google – ele ainda recebe mensagens sobre a empresa.

As críticas são raras, segundo ele, e a maioria diz respeito ao Orkut, o site mais popular do Brasil (ranking da Alexa.com) e propriedade do Google.

 


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