Postagem realizada em: 28/03/2016 às 21:44:50 - Última atualização em: 30/11/-0001 às 00:00:00
Autor: Guilherme Marques de Mattos
A resenha que não resenhou, que no nexus não upou, que quem criticou no fundo adorou (Quero meu pontinho): Após a criação a prensa de Gutemberg houve uma mudança epistemológica sobre como as pessoas lidavam com a informação. Com a produção de livros em larga escala com a prensa, acabou-se a leitura oral do clero ao povo no formato broadcast para uma leitura intima e individual, o que proporcionou uma série de novas maneiras de pensar e produzir conhecimento, influenciando nossas gerações até hoje, entretanto, estamos vivendo um novo ramo que nasceu nesta arvore dos dispositivos informacionais. Com a criação do hipertexto, a leitura deixou de ser individual e e passou a ser inicialmente conectora de novos hipertextos, criando uma rede de conteúdos e artigos, mas hoje com a web 2.0, os conteúdos que são conectados são os nossos também, o que produzimos, memórias, gostos, afinidades, lugares, criando uma paradoxa realidade virtual e física ao mesmo tempo, onde os limites conceituais somos nós que criamos em sociedade, em conjunto. Diferentemente da leitura individual que o livro nos proporcionou, a leitura em rede e a "cultura do sharing" vem criando uma série de novas modalidades sociais, como o crowdsourcing, que vem articulando multidões para diferentes objetivos. Entretanto essa onda digital só pode ser acessada por usuários que além de alfabetizados, necessitam serem digitalmente letrados, não só terem acesso mas aprenderem a usufruir de maneira qualitativa os dispositivos digitais. A falta de letramento digital cria populações inteiras que permanecem fora desta rica fonte de saber, desenvolvendo desigualdades informacionais gritantes, da mesma forma que a prensa causou ao mundo árabe que resistiu a nova tecnologia, a falta de uma tecnologia informacional e todo seu espectro derrubou um dos maiores impérios da história, que também se formou com bases da importância da informação como chave da construção do seu império. O letramento digital é importantíssimo para que realmente consigamos conquistas uma sociedade mais igualitária e é nosso papel como bibliotecários mediarmos e protagonizarmos estas mudanças, compreendendo os novos dispositivos que nos circundam.