Mayara Farias de Souza - Matutino - Atividade externa - Resenha "Identidade conceitual e cruzamentos disciplinares"
Postagem realizada em: 23/04/2018 às 14:51:18 - Última atualização em: 24/04/2018 às 18:29:14
Autor: Mayara Souza
Resenha do texto: PASSARELLI, B.; RIBEIRO, F.; OLIVEIRA, L.; MEALHA, Identidade conceitual e
cruzamentos disciplinares . In: e-Infocomunicação: Estratégias e Aplicações. São Paulo :
Senac, 2014, p. 79-121.
O capítulo “Identidade Conceitual e cruzamentos disciplinares”, expõe os conceitos axiais sobre os quais a e-infocomunicação pretende afirmar-se como um campo do saber dentro da informação e da comunicação e traz a discussão seus laços com outras disciplinas ou áreas correlatas.
O primeiro conceito discutido é a informação?. A ciência da informação para Gleick abrange, por um lado, desde os bits até os genes, e, por outro lado, é definida como fenomenologicamente um produto social, é tão vasta que permeia todas as áreas do conhecimento, e suas invenções, apresentando-se em sinais, signos, significantes e símbolos, enfim, para Wilden, é toda a composição e a totalidade psicossomática humana situada entre o conhecimento e a comunicação. No aspecto cognitivo, a informação é autônoma, isto é precede a comunicação?, uma vez que o ato de comunicar não poderia ser realizado sem os conteúdos informacionais necessários.
O interessante é que isso nos levaria a crer que a informação seria o instrumento da comunicação e que a comunicação é vista como a expressão dos dados informacionais
gerados nos pensamentos. A documentação é compreendida pelos suportes que externalizam os pensamentos por isso está inserida no processo comunicacional. Durante a leitura, para mim, não ficou clara a diferença entre informação e conhecimento?, mas, o texto leva a definição de conhecimento na esfera da cognição, como um processo cognitivo e na esfera acadêmica, como produção disciplinar.
Outro conceito que também é elencado na esfera cognitiva é a memória?. Pensado sobre o olhar da e-infocomunicação, o conceito remete também às ciências sociais e
humanas, tal qual formulada por Jacques Le goff e Pierre Janet, como um registro armazenado no nosso corpo que depois é externalizado pelas formas de registro culturais (falae escrita) e armazenadas em suportes exteriores ao cerebro (livros, repositórios, blogs...) o que a torna acessível. Sobre a relação memória e informação, é evidente que a memória por si só já pressupõe um acúmulo de informações, e, por essa mesma premissa, configuram-se os sistemas tecnológicos da informação.
Contexto consiste em elementos materiais, tecnológicos e simbólicos que estão dispostos cronologicamente, isto é, são situacionais. Quando se forma um conjunto de
contextos passa-se a utilizar o conceito de meio ambiente?. Interação mútua e interação reativa são dois conceitos-chave da e-infocomunicação. Interação mútua refere-se a estímulos entre os indivíduos e a resposta a que os mesmos trocam entre si, ou negociam, durante a sua comunicação, enquanto a
interação reativa não causa essa troca, isto é, a comunicação encerra no estímulo primeiro.
Esses conceitos são utilizados pelas tecnologias de forma que a interação reativa ocorre na interação do ser humano com artefatos eletrônicos ou com sistemas de serviços, dimensão operatória, enquanto a interação mútua ocorre com o advento da web 2.0, na medida em que os seus novos serviços abriram espaço para a interatividade entre usuários e a informação, e vice-versa, onde foi criado e se desenvolveram, por exemplo, os wikis, as redes sociais, a
tagging e os mash-ups. Literacia digital?, segundo o texto o termo foi cunhado pelo pesquisador Paul Gilster, representa a habilidade do entendimento e da utilização da informação em seus múltiplos formatos e provenientes de diversas fontes adquirida por meio do aprendizado. Literacias digitais?, finalmente, é um conceito que parte do referencial teórico de Gilster expandindo-o para habilidades motoras, interação pessoal e habilidades cognitivas, e inclui o engajamento individual neste processo, neste segundo ponto as literacias digitais passam a abranger também o conceito de protagonismo individual?.
Podemos dizer que os conceitos pontuados nessa resenha do texto além de serem essenciais para a compreensão da base desse campo do saber, a e-infocomunicação, também
contribuem para a área da ciência da informação como um todo e para os estudantes de biblioteconomia porque conseguem sintetizar muito bem as lógicas sobre as quais estão se desenvolvendo as novas formatações da relação entre indivíduo, tecnologia e conhecimento.