Mulheres na computação


 

Desde criança homens e mulheres são categorizados em diferentes polos, de forma que estereótipos se cristalizam, dessa forma, meninos vestem azul, meninas vestem rosa. Nos meninos,  o raciocínio lógico é estimulado desde a tenra infância através de games e brinquedos como naves espaciais e carros que despertam o interesse por explorar novos espaços. Quanto às meninas, o direcionamento é outro, volta-se para o lar, cabendo a elas brincar com bonecas, fogõezinhos e outros utensílios domésticos.

Estes referenciais distintos refletem em diferentes posturas de ser e estar no mundo, e o âmbito profissional é uma amostra clara destas disparidades, de forma que algumas profissões ficaram taxadas como “masculinas”, engenharia por exemplo, e outras “femininas”, como a enfermagem.

Com o objetivo de quebrar este paradigma, a Bacharela em Ciência da Computação pelo IME-USP, Camila Achutti, criou o blog Mulheres na Computação, um espaço voltado à desmistificação da Ciência da Computação como um campo ocupado por homens nerds. No blog estão presentes palestras a respeito do empoderamento feminino na área, mostrando também opções de cursos para quem quer conhecer mais sobre este universo repleto de oportunidades.

Em entrevista ao jornal de USP, a jovem conta que a motivação para criar o blog surgiu de sua experiência pessoal como a única formanda mulher do curso de Ciência da Computação de sua turma (2016).

A mesma reportagem do Jornal da USP revela que a primeira turma de Ciência da Computação do IME (1974) era composta por 20 alunos, sendo 14 mulheres e 6 homens. Segundo a reportagem, isso se deve ao fato de que grande parte dos alunos vieram do curso de Licenciatura em Matemática, sendo que a carreira de professor era fortemente vinculada à atuaçao feminina. Neste período a área era ainda uma novidade, não estava tão ligada à tecnologia, e no decorrer dos anos foi sendo cada vez mais ocupada pela presença masculina.

Nos primordios das ciências da computação, as mulheres foram precursoras como Ada Lovelace, cujo trabalho estava relacionado à metodologia de cálculo de uma sequência de números de Bernoulli. 

De acordo com a reportagem, uma das motivações que levou à quase extinção da presença feminina no campo foi o advento do personal computer, popularizado por empresas como IBM e Apple. Quando os computadores eram apenas máquinas para a realização de cálculos e processamento de dados, eles estavam associados às atividades de secretariado, ao passo que quando ganhou novas interfaces e a possibilidade de jogar games, foi habitando cada vez mais a esfera masculino.

Por hoje é isso, bibliofriends. Até a próxima!

Por Joice de Medeiros.

Fontes: 

https://jornal.usp.br/universidade/por-que-as-mulheres-desapareceram-dos-cursos-de-computacao/

https://mulheresnacomputacao.com/

Imagem: Primeira turma de alunos do curso de Bacharelado em Ciências da Computação do IME, em 1974 – Foto: montagem sobre reprodução de fotografia de Inês Homem de Melo. Fonte: https://jornal.usp.br/universidade/por-que-as-mulheres-desapareceram-dos-cursos-de-computacao/


© 2017 - 2025 by NeoCyber.