Bases de dados textuais com acesso restrito: é possível sobreviver sem elas?
Postagem realizada em: 29/04/2019 às 20:15:27 - Última atualização em: 29/04/2019 às 20:30:29
Autor: Joice de Medeiros

No post anterior falamos um pouco sobre as bases de dados como uma ferramenta que otimiza exponencialmente a etapa do levantamento bibliográfico, necessária a toda pesquisa. Vimos também que as bases são agrupadas em dois eixos: bases de dados referenciais, que apresentam apenas as referências dos documentos, e bases de dados textuais, cujo conteúdo apresenta o texto completo.
Hoje vamos falar um pouco mais sobre a dinâmica de acesso às bases de dados que apresentam o texto completo, as chamadas bases de dados textuais.
Muitas bases de dados não possuem acesso aberto, isso significa que se você quiser ter acesso ao artigo indexado nesta base você terá que pagar por ele. Sim, isso mesmo! Muitas instituições de ensino e de pesquisa mantêm assinaturas mensais para ter acesso ao conteúdo dessas bases, assim, seus alunos e pesquisadores conseguem ter acesso aos textos devido ao vínculo que possuem com estas instituições.
Você pode estar se perguntando o que fazer caso não esteja vinculado a nenhuma instituição que possa ser a ponte entre você e a informação desejada. Neste caso, as revistas nas quais os artigos científicos foram publicados, que estão indexadas nas bases de acesso restrito, oferecem o opção de compra e também de “aluguel” do artigo, processo bem parecido ao dos e-books, quando há um prazo de validade para acessar e ler o livro e passado o prazo o acesso é bloqueado.
Artigos da área da saúde, por exemplo, costumam ter preços, digamos, nada saudáveis para o bolso dos leitores, visto que há artigos com menos de 10 páginas sendo comercializados entre 50 e 80 euros!
E por que as bases de dados cobram pelo acesso aos periódicos? O conhecimento não deveria ser amplamente divulgado? Bem, isso vai ser assunto para outro post, o que é interessante frisar aqui é que alguém sempre paga a conta, basta pensarmos que as bases não são atualizadas sozinhas, há toda uma equipe nos bastidores trabalhando para disponibilizar este serviço.
Mas é possível se manter no mundo acadêmico sem acesso às bases de dados?
Este tema foi discutido na edição 278 (abril de 2019) da Revista Pesquisa FAPESP que trouxe o artigo “Como sobreviver sem assinar revistas científicas?” por Fabrício Marques. Neste artigo é abordado um novo cenário em que instituições de ensino, nacionais e estrangeiras, estão suspendendo seus contratos com grandes editoras, cujos periódicos estão acessíveis em bases fechadas, devido ao preços considerados altos e abusivos.
Como alternativa, as instituições estão procurando outros meios para terem acesso aos papers, e, neste sentido, as redes sociais têm sido grande auxiliadoras. Mas como? A resposta é simples: compartilhamento.
Redes sociais como Researchgate, Academia.Edu e até mesmo Twitter possibilitam o contato com pesquisadores, autores de papers, que muitas vezes estão dispostos a compartilhar uma cópia de seus artigos via solicitação.
Outro meio de acessar artigos são os repositórios (plataformas que reúnem textos sobre determinados temas) de acesso aberto.
Por hoje é isso, bibliofriends. Até a próxima!
Por Joice de Medeiros.
Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/04/15/como-sobreviver-sem-assinar-revistas-cientificas/