Softwares livres
Postagem realizada em: 20/03/2020 às 23:12:21 - Última atualização em: 05/06/2020 às 18:36:39
Autor: Larissa dos Santos
No ano de 1985, o programador e hacker Richard Stallman fundou a Free Software Foundation, cuja proposta diferenciada na época era o desenvolvimento e distribuição dos sistemas de computador com objetivo de serem produtos do conhecimento e aplicação científica, promovendo o desenvolvimento científico-social e servindo de alternativa aos softwares comerciais e proprietários. Os softwares livres ficam, então, protegidos pela licença GPL (General Public License) que é uma espécie de copyleft (baseado na propagação de direitos), garantindo ao seu público as tais liberdades:
A liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito (liberdade 0). A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar outros (liberdade 2). A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.
Entretanto, a idéia de Richard Stallman exigia uma quantidade considerável de mão de obra dado o fato que construir um sistema operacional totalmente livre demanda-se um grande esforço humano. A expansão da internet em larga escala, a partir de 1990, alavancou a idéia de Stallman, pois foi no meio de listas de discussão entre desenvolvedores e espaços de distribuição de código-fonte que surgiu a concepção da criação do sistema operacional Linux, que por meio da sua distribuição pela internet como Linux/GNU, seu desenvolvimento como sistema operacional se completou. Linux teve seu cerne desenvolvido inicialmente por Linus Torvalds, por isso o nome. Contudo, a partir da disseminação do Linux pela internet fez com que empresas comerciais explorassem a distribuição do Linux em forma de pacotes de CD’s de instalação (contendo os manuais e novos softwares criados baseados em outros softwares livres). Todavia, é preciso comentar que essas primeiras empresas a lucrar com o Linux apenas taxando o material físico, respeitando então as leis de livre distribuição dos softwares.
Um ponto positivo para além da democratização de softwares e do desenvolvimento acarretado pela sua fruição é que os softwares com seu código fonte aberto estimula ainda mais a conectividade e a criatividade coletiva, tendo uma melhoria continuada e evolução constante para a mudança de um modo orgânico. Tendo este diferencial que além de proporcionar uma maior autonomia ao público, de modo que, permitindo a edição e uso livre, a colaboração com o desenvolvimento do software instiga a responsabilidade e inteligibilidade contínuo pois deve estar sempre compreensível para atualizações, correções e modificações que o tornam cada vez mais funcional e atual.
A definição de software livre no site da GNU é de:
Por “software livre” devemos entender aquele software que respeita a liberdade e senso de comunidade dos usuários. Grosso modo, isso significa que os usuários possuem a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software. Assim sendo, “software livre” é uma questão de liberdade, não de preço.
É importante, ainda, trazer outro ponto estabelecido no site da GNU, sobre a diferença de um software livre e um open source (código aberto), um tipo de software em que o código fonte é publicamente visível, mas que apesar de respeitar as quatro liberdades essenciais definidas pela FSF, não dispõe de restrições contidas no GPL: “Código aberto” [...] é algo diferente: tem uma filosofia muito diferente baseada em valores diferentes. Sua definição prática também é diferente, mas quase todos os programas de código aberto são de fato livres.”
O movimento de software livres passa a ganhar notoriedade após o Linux, com alguns resultados promissores e interessantes de projetos importantes, que dentre eles, é importante notar o servidor de páginas para a Internet Apache Web Server, outro abre alas para o movimento, cujo salto de utilização é exponencial entre 1995 e 2005 dentre os servidores de páginas para a internet, chegando a desbancar a Microsoft. A Apahe também disponibiliza outro importantíssimo software livre: OpenOffice, um pacote de software de produtividade de escritório.
Outro software livre proeminente é o Mozilla Firefox, desenvolvido pela atual Mozilla Foundation, desenvolvido no âmbito pós Guerra dos Navegadores e da perda do monopólio da Netscape, que quando desistiu de concorrer com a Microsoft e o seu software Internet Explorer da Microsoft, disponibilizou o código-fonte do seu navegador e por conseguinte desenvolvendo o Firefox 1.0 em novembro 2004.
Uma problemática frequentemente apontada diante do atual cenário em que as licenças de software livre e código aberto se encontram é que os novos modos de licenciamento de software podem de certa forma ameaçar o futuro do software livre, que é o encerramento da evolução do meio, cujo cerne pode estar envolvido uma das maiores queixas acerca do software livre, a falta de suporte técnico. Em contrapartida, existe apontamentos para os investimentos e as ações comerciais, sejam eles de associados a software proprietário ou não, cujo atos no meio do software livre é questionável, pois coloca em cheque que tipo de interesses estaria sendo atendido: a filosofia colaborativista dos softwares livres ou os interesses comerciais de grandes empresas.
REFERÊNCIAS
Carvalho, M. Uma história do software livre. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/310651415_Uma_historia_do_software_livre>. Acesso em 20 mar. 2020.
História dos navegadores: do www ao Chrome. Disponível em:<https://olhardigital.com.br/noticia/historia-dos-navegadores-do-www-ao-chrome/7285>. Acesso em 20 mar. 2020.