Aula 30/03 - IoT, Big Data e os novos horizontes da biblioteconomia
Postagem realizada em: 14/04/2020 às 12:01:51 - Última atualização em: 05/06/2020 às 11:39:47
Autor: Ernesto Lopes
Iot, Biga Data e os novos horizontes da Biblioteconomia.
Na série animada The Jetsons (em português Os Jetsons) - produzida pela Hanna-Barbera, que estreou na tv nos anos 1960 - vemos como seria a vida de uma família norte-americana vivendo num futuro longínquo. Apesar das questões humanas retratadas pela série ser as mesmas das vividas pela média dos americanos da época, o que surpreendia crianças e adultos eram as tecnologias presentes nos afazeres mais cotidianos das personagens: veículos auto-guiados, eletrodomésticos pré-programáveis, televisores que punham em contato pessoas comuns em qualquer local que estivessem, em suma, um mundo em que as ações humanas eram mediadas por máquinas “inteligentes”.
Se até final do século passado essa realidade representada pela animação infantil parecia apenas um mundo utópico, material narrativo para filmes e romances futuristas, hoje em dia não existem dúvidas de que parte desse futuro já começa a se concretizar e se tornar cada vez mais possível graças à criação e desenvolvimento das tecnologias atreladas ao conceito de ioT , ou internet of Things.
De acordo com Brasilina Passarelli, a ioT “tem o potencial de adicionar uma nova dimensão a este processo através da comunicação e conexão de e entre objetos inteligentes, criando o conceito de ‘anytime, anywhere, anymedia, anything’
(Brasilina: https://nexus.neoedu.com.br/material/68#2). Graças à integração de diversos dispositivos e tecnologias, “a IoT representa a próxima revolução tecnológica transformando a internet num sistema totalmente integrado” (Brasilina: https://nexus.neoedu.com.br/material/68#2). A pesquisadora e professora da USP descreve essa totalidade possibilitada pela integração dos dispositivos como “um ecossistema de tecnologias que monitora o estado de objetos físicos, capturando dados significativos, e comunica essa informação através de redes iP (internet Protocol) para softwares e aplicações”.
Porém, esse mundo de possibilidades advindo com o conceito de ioT só é possível graças armazenamento e processamento de grandes volumes de dados. Daí a necessidade do desenvolvimento do Big-Data, que encontra-se em constante desenvolvimento e cujas modificações permitidas às sociedades humanas já são comparadas à revolução causada pelo domínio do fogo e a criação da agricultura.
Diante de tal revolução, as possibilidades de atuação dos bibliotecários também já não são as mesmas que predominavam no século passado. De acordo com Tainara Rebelo, “ a profissão ganhou novos espaços com o avanço da tecnologia dentro das empresas. Cada vez mais os profissionais saem dos livros e do papel e conquistam importantes cargos na carreira digital, como UX (User Experience) e até no combate às fake news…” (https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/05/16/shlerlock-holmes-da-web-biblioteconomista-virou-profissional-disputado.htm?cmpid=copiaecola). Já que o foco da atividade de bibliotecário é o conteúdo informacional, sua organização e gestão, e não, especificamente o desenvolvimento de tecnologias, graças ao desenvolvimento das novas TI’s, cada vez mais os profissionais da biblioteconomia estão encontrando espaço como curadores da informação. Isso acontece pois, diferentemente dos séculos passados, onde o problema era a aquisição de informação especializada, hoje em dia, com o desenvolvimento do Big-data, informação não nos falta - não precisamos passar horas, ou semanas, em uma biblioteca consultando dezenas de livros para encontrarmos a informação que precisávamos - o problema passou a ser o de conseguirmos, o mais rápido possível, a informação mais confiável e útil para as próprias demandas. Para isso, os bibliotecários devem, cada vez mais, criar estratégias e ferramentas para entender e atuar de acordo com as demandas específicas de cada usuário. De acordo com Váleria Valls, professora de biblioteconomia da FESP-SP, “O que nos diferencia dos profissionais da tecnologia é que somos focados no conteúdo (não nos meios de comunicação diretamente), então não precisamos saber programar, mas sim saber o que o usuário precisa e 'entregar' essa demanda para quem vai modelar os sistemas, atuando fortemente na definição de requisitos e depois, validando a percepção do usuário" (https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/05/16/shlerlock-holmes-da-web-biblioteconomista-virou-profissional-disputado.htm?cmpid=copiaecola). Desta forma, somente com o reconhecimento das revoluções advindas com as novas TI’s e o reconhecimento do seu papel nesse novo mundo como profissional da informação é que os bibliotecários, nesse início de século, não correrão o risco de virar figuras pré-históricas - como os amáveis Flintstones - e encontraram seu espaço de atuação no mundo dos Jetsons.
Referências:
PASSARELLI, Brasilina. Internet das Coisas (IoT) , Inteligência Artificial (I.A) e Big Data: A INTERNET DO FUTURO OU A INTERNET DAS COISAS: #TUDOSEMPRECONECTADO (https://nexus.neoedu.com.br/material/68#2)
REBELO, Taiane. Você acha o bibliotecário ultrapassado? Saiba que profissão está em alta...(https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/05/16/shlerlock-holmes-da-web-biblioteconomista-virou-profissional-disputado.htm?cmpid=copiaecola&cmpid=copiaecola)