Transliteracias: A Terceira Onda Informacional
Postagem realizada em: 08/06/2020 às 19:15:32
Autor: Ernesto Lopes
Fichamento: Transliteracias: A Terceira Onda Informacional nas
Humanidades Digitais , de Brasilina Passarelli e Ana Claudia Fernandes Gomes
Vivemos num período em que as tecnologias e informações digitais não perpassam, incontornavelmente, nas mais diferentes esferas da vida cotidiana, mas também se tornaram centrais na esfera de aquisição, produção e circulação do conhecimento científico.
No círculo de produção do conhecimento científico, as tecnologias digitais estão presente não apenas no processo de produção e divulgação e circulação de informação científica, mas, condicionam a próprio forma - estética - de compartilhamento de dados científicos, que por sua vez, replicam no ciclo de produção do conhecimento, já que: “Dados diferentes, advindos de bases e heterogêneas encontram por mediações tecnológicas possibilidades de produzir informações intercruzadas” (PIMENTA, 2016, p. 22).
A influência da multidisciplinaridade acelerada pelo Big Data no mundo científico afetam também as Ciências Humanas, o que gerou a necessidade desta se coligar com a Ciência da Informação para se discutir e pensar um modelo viável de Humanidades Digitais (HD), que configuram-se “como uma espécie de campo híbrido não apenas de estudo e pesquisa, mas de ensino e, principalmente de acesso à informação e inovação. É neste mesmo campo híbrido que se destacam os conteúdos informacionais produzidos e circulantes nos espaço web informacionais” (PIMENTA, 2016, p. 22).
O processo de individuação humana sempre acontece pela mediação do mundo exterior, e essa acontece por intermédio de tecnologias, os instrumentos que fazem a ponte entre os indivíduos e o meio externo. Na contemporaneidade, o espaço virtual se tornou um meio incontornável para a mediação entre indivíduos e mundo, no processo de individuação, já que, “à medida que as produções tecnológicas engendram transformações no tecido socioeconômico, cultural e político da humanidade, determinam igualmente transformações no campo sensível, subjetivo e identitário do homem que se encontra, portanto sempre em processo de ‘individuação’” (PIMENTA, 2016, p. 23).
Desta forma, de acordo com Passarelli e Gomes (2020):
as Humanidades Digitais representam um amplo campo de pesquisa e ações contemplando não somente o uso de métodos digitais nas artes e humanidades em colaboração com cientistas da computação, mas também o modo no qual as artes e humanidades oferecem d iferentes ”insights” no contexto social e cultural. Desta forma as Humanidades Digitais têm um caráter fortemente colaborativo necessitando de um conjunto variado e diferenciado de literacias (competências), conteúdos e especialidades.
É nesse contexto, que Brasilina cria o conceito de “terceira onda informacional”, protagonizada pelo conceito das transliteracias, que abarca as interações entre humanos e não - humanos, “recria formas de sociabilidade e rompe os limites da rede, alastrando - se por todas as esferas da vida social contemporânea” (PASSARELLI e GOMES, 2020).
Referências Bibliográficas:
Passarelli, B., & Gomes, A. C. F. (2020). Transliteracias: A Terceira Onda Informacional nas Humanidades Digitais. Revista Ibero-Americana De Ciência Da Informação, 13(1), 253-275. https://doi.org/10.26512/rici.v13.n1.2020.29527.
PIMENTA, Ricardo. Os objetos técnicos e seus papéis no horizonte das Humanidades Digitais: um caso para a Ciência da Informação. Revista Conhecimento em Ação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, jul/dez. 2016.