Transliteracias: A Terceira Onda Informacional


Fichamento: Transliteracias: A Terceira Onda Informacional nas

Humanidades Digitais , de Brasilina Passarelli e Ana Claudia Fernandes Gomes

 

 

Vivemos num período em que as tecnologias e  informações digitais não perpassam, incontornavelmente, nas mais diferentes esferas da vida cotidiana, mas também se tornaram centrais na esfera de aquisição, produção e circulação do conhecimento científico.

No círculo de produção do conhecimento científico, as tecnologias digitais estão presente não apenas no processo de produção e divulgação e circulação de informação científica, mas, condicionam a próprio forma - estética - de compartilhamento de dados científicos, que por sua vez, replicam no ciclo de produção do conhecimento, já que: “Dados diferentes, advindos de bases e heterogêneas encontram por mediações tecnológicas possibilidades de produzir informações intercruzadas” (PIMENTA, 2016, p. 22).

A influência da multidisciplinaridade acelerada pelo Big Data no mundo científico afetam também as Ciências Humanas, o que gerou a necessidade desta se coligar com a Ciência da Informação para se discutir e pensar um modelo viável de Humanidades Digitais (HD), que configuram-se “como uma espécie de campo híbrido não apenas de estudo e pesquisa, mas de ensino e, principalmente de acesso à informação e inovação. É neste mesmo campo híbrido que se destacam os conteúdos informacionais produzidos e circulantes nos espaço web informacionais” (PIMENTA, 2016, p. 22).

O processo de individuação humana sempre acontece pela mediação do mundo exterior, e essa acontece por intermédio de tecnologias, os instrumentos que fazem a ponte entre os indivíduos e o meio externo. Na contemporaneidade, o espaço virtual se tornou um meio incontornável para a mediação entre indivíduos e mundo, no processo de individuação, já que, “à medida que as produções tecnológicas engendram transformações no tecido socioeconômico, cultural e político da humanidade, determinam igualmente transformações no campo sensível, subjetivo e identitário do homem que se encontra, portanto sempre em processo de ‘individuação’” (PIMENTA, 2016, p. 23).

Desta forma, de acordo com Passarelli e Gomes (2020):

 

as  Humanidades  Digitais  representam  um  amplo  campo  de  pesquisa  e ações  contemplando  não  somente  o  uso  de  métodos  digitais  nas  artes  e  humanidades  em colaboração   com   cientistas   da   computação,   mas   também   o   modo   no   qual   as   artes   e humanidades  oferecem  d iferentes ”insights” no contexto social e cultural. Desta forma as Humanidades  Digitais  têm  um  caráter  fortemente  colaborativo  necessitando  de  um  conjunto variado e diferenciado de literacias (competências), conteúdos e especialidades.

 

É nesse contexto, que Brasilina cria o conceito de “terceira onda informacional”, protagonizada  pelo  conceito  das transliteracias, que abarca as interações entre humanos e não - humanos, “recria formas de sociabilidade e rompe os limites da rede, alastrando - se por todas as esferas da vida social contemporânea” (PASSARELLI e GOMES, 2020).


 

Referências Bibliográficas:

 

Passarelli, B., & Gomes, A. C. F. (2020). Transliteracias: A Terceira Onda Informacional nas Humanidades Digitais. Revista Ibero-Americana De Ciência Da Informação, 13(1), 253-275. https://doi.org/10.26512/rici.v13.n1.2020.29527.

 

PIMENTA, Ricardo. Os objetos técnicos e seus papéis no horizonte das Humanidades Digitais: um caso para a Ciência da Informação. Revista Conhecimento em Ação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, jul/dez. 2016.

 


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