Entrada da Biblioteca Central da FM/USP


Relatório de visita ("às cegas") a uma biblioteca da USP.

     Para a visita, escolhi, juntamente com a amiga Alinne, a Biblioteca Central da Faculdade de Medicina, 'recém' reformada. Fomos em 28/08/2007, a terça-feira reservada para a atividade.

     Pra ser honesta, foi uma visita estranha desde o portão da FM, onde um segurança (?) perguntou onde nós queríamos ir e de onde éramos. Mas ele ao menos foi simpático.

     A biblioteca da FM fica no complexo da Faculdade de Medicina da USP e foi estabelecida juntamente com a fundação da faculdade, em 1912. Ambas ficam, portanto, na região do bairro Cerqueira César conhecida como o "Quarteirão da Saúde" (que está mais pra "Doença & Morte", com tantos hospitais, centros de saúde e epidemiologia, cemitérios, IML...), em frente à estação do Clínicas do Metrô.

     Por fora o prédio é imponente pra dedéu, naquele estilo antigo à la mansões de barões do café do início do séc. XX.  Para além das enormes, pesadas e barulhentas portas de ferro maciço, a coisa é completamente diferente.

     Somos guiados a um ambiente amplo, claro e bem iluminado, que combina harmoniosamente a elegância daquelas antigas mansões e um visual mais clean e moderninho, e pé-direito bem alto. Impressionante, viu...  

     O balcão de atendimento é de madeira com tampo de vidro, muito elegante! Os funcionários todos usavam aventais / jalecos com o emblema da unidade, jalecos como os de médicos, mesmo os funcionários obviamente de nível técnico, o que acredito foi determinado para facilitar a identificação deles, já que apenas os crachás não são suficientes - uma vez que os de funcionários são basicamente... idênticos.

     Já lá dentro, logo no saguão de entrada, podemos ver uma espécie de exposição, onde estão exibidas as novas aquisições, tanto seriados como livros. E parece uma sala de espera de consultório particular (curioso...?). Além, é claro, de alguns terminais de consulta (também conhecidos como computadores, hehe).

     Adentrando mais um pouco, chegamos às escadas, onde há, na parede, a indicação do que fica em cada andar. No 1º andar temos acesso aos "materiais de referência", livros e teses. Há algumas poucas mesas de estudo, três salas para estudo em grupo (que mais parecem salas de exame, de tão brancas e frias).

     O acervo nesse andar é difuso, sem boa sinalização do que podemos encontrar lá exceto pela plaqueta na parede das escadas. No total são 4 andares de livros, teses e memoriais, embora tenha me parecido que só havia os últimos... E é difícil descrever o aspecto do prédio, porque parecem prédios anexos que viraram uma biblioteca única, ou sei lá. É preciso ir ver por si mesmo, porque a divisão espacial lá é bem confusa.

     Bem, voltando ao acervo, que era o objeto de nossa observação, pelo subsolo temos acesso a um espaço com algumas pequenas coleções de obras raras, e também aos seriados, espaço cujo acesso é restrito - ou melhor, exclusivo a funcionários, como dizia no aviso à porta. Achei isso absurdo, pois mesmo os fascículos mais recentes e já retirados de exposição vão parar lá, e só é possível utilizá-los mediante permissão e é um funcionário que vai buscar o material para o usuário.

     OK, dou o braço a torcer, assim eles conservam por mais tempo o físico, mas e o conhecimento impresso lá, que fica praticamente inacessível??? OK novamente, também confesso que o lugar é pra fazer se perder e sufocar qualquer pobre claustrofóbico ou desavisado que tente se aventurar por lá, então acaba sendo mesmo melhor deixar alguém que já tenha memorizado o caminho passar por aqueles corredores estreitos e que causam tonturas. Esse acervo também tem 0 (ZERO) sinalização. Haja mediunidade pra saber o que tem lá e onde está!

     Pra finalizar, conseguimos ver uma sala off limits onde ficam alguns materiais que vão para restauração, outros que não foram remanejados para seu lugar definitivo após a reforma, e uma coleçãozinha de produção docente desde os tempos em que Deus criava o mundo. Mas não sem sermos questionadas por uma bibliotecária que foi muito antipática quando nos interrogou quanto aos motivos de estarmos ali. "Sorte" que ela me reconheceu da FSP (Faculdade de Saúde Pública), onde estagio e ela já me viu a trabalho, então meio que desistiu do inquérito. Porém senti que só faltou pedir meu RG e CPF pra fazer BO...

     Só mais uma coisinha, que me surpreendeu bastante – dessa vez, positivamente: as mesas dos funcionários, à exceção do balcão de atendimento, ficam bastante expostas ao público, ou seja, a qualquer momento você pode se aproximar de uma das mesas para tirar dúvidas o que quer que deseje. Mas é claro, até você encontrar o funcionário / bibliotecário que vai poder te ajudar com exatamente o que você precisa, vai ter que sair perguntando de mesinha em mesinha, pois mesmo as seções internas, apesar de expostas, não são sinalizadas... parece que esse é o maior pecado deles, deixar seus pobres usuários perdidinhos da Silva Sauro.

Clarissa =)~~

 


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