Resenhas dos Seminários dos Anos Anteriores da Disciplina de Recursos Informacionais I - 2015, 2016 e 2017.


Resenhas dos Seminários dos Anos Anteriores da Disciplina de Recursos Informacionais I - 2015, 2016 e 2017.

Resenha 1

Seminário 1: Controle Bibliográfico e Bibliografias, por Patricia Freitas da Silva, Renata Silva Oliveira e Vanda de Jesus Araújo, 2015. 

Para se entender o conceito de Controle Bibliográfico dentro do campo dos Recursos Informacionais, é preciso voltar os olhos para o cerne de seu significado: a Bibliografia. Segundo Figueiredo (1968), bibliografia é um meio de consulta que tem por objetivo indicar trabalhos já realizados, para que o conhecimento científico, técnico e cultural seja consultado da maneira mais eficiente possível. Por esse caminho, olhar para evolução histórica das bibliografias é uma forma de entender como o ser humanos, ao longo do tempo, conseguiu facilitar e otimizar cada vez mais o acesso ao conhecimento através da organização. 

A evolução da escrita está totalmente conectada com a mudanças nos processos organizacionais informativos, pois, desde o surgimento da imprensa, o conhecimento científico passou a ter um número cada vez maior de produções. Nota-se então a necessidade de uma padronização, para a então evidenciação do controle. Exemplos de tentativas de alcance a esse controle são: a Biblioteca de Alexandria, fundada por Calímaco e o Faraó I Sóter; Diderot e d'Alambert com a criação da Enciclopédia e até mesmo Conrad Gesner com a criação da Biblioteca Universal. As publicações periódicas, com grande eficiência em informar, também foram grande motivo para a busca de uma eficiente forma de organização.

Pensar no conceito de Controle Bibliográfico Universal é pensar na criação de laços de conexão capazes de facilitar e organizar da melhor maneira o conhecimento presente além das fronteiras. A IFLA (Federação Internacional das Associações e Instituições Bibliotecárias) veio como um comitê para regras de catalogação, visando um controle que abrangesse a produção bibliográfica mundial. Então, em âmbito geral, as etapas do trabalho bibliográfico são: Pesquisa (levantamento de documentos; Transcrição (anotação dos dados identificadores); Descrição (anotação dos aspectos materiais e do conteúdo) e o arranjo (ordenação da bibliografia).

Uma forma muito interessante de efetuar o controle é o Depósito Legal, que obriga a presença de exemplares na Biblioteca Nacional, para então ter a gestão de toda a produção bibliográfica de um país e garantir a mesma. A padronização na descrição bibliográfica e a identificação numérica dos documentos são aspectos técnicos do controle bibliográfico, que garantem a cooperação entre agências de catalogação, através ISBD (International Standard Bibliographic Description) e ISBN (International Standard Book Number). A Agência Bibliográfica Nacional permite justamente que ocorra esse intercâmbio, coordenando mecanismos legais e relacionando livros dos mais variados assuntos publicados em um país. 

Nesse sentido, entende-se que o controle bibliográfico é algo que abrange muitas nuances, que muitas vezes, precisam ser pormenorizadamente analisadas para  constituírem uma efetiva organização. As Agências Bibliográficas Nacionais são expressão da complexidade do fazer bibliotecário no que tange ao entendimento sobre o funcionamento dos Recursos Informacionais. Portanto, o texto do qual é referência para a presente resenha, reúne diversos tipos de amostras de controle bibliográfico com o intuito de evidenciar os diversos mecanismos existentes na gestão das bibliografias. 

  • Resenha 2

Seminário: “Dicionário e Enciclopédias: uma seleção de dicionários e enciclopédias da biblioteca da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP”, por Lucia Tateishi Destro, Renata Fernandes Veloso Baralle e Sandro Martin Rodrigues. 

Os dicionários não devem ser vistos como meros conjuntos de vocábulos soltos, mas também como um sistema de organização que trabalha como obra de referência a quem busca o significado, sinônimos, antônimos, ortografia correta e etc. Uma visão importante é a que entende os dicionários como pontes entre grupos socioculturais cada vez mais distantes uns dos outros. Mas também cabe olhar para história de tais obras, que hoje são tão funcionais, seja física  ou virtualmente. Na Antiguidade, por exemplo, eram chamados de glossários, que se consistem no conjunto de explicações sobre palavras raras ou pouco conhecidas. 

Ademais, o dicionário pode ser entendido como “léxico”, por ser um acervo de palavras de certo idioma, ou “vocabulário”, sendo enxergado como lista de vocábulos. Dessa maneira, existem também tipologias dentro desse tipo de obra, a exemplo os unilíngues, multilíngues e especializados, como também os de assunto, sejam monotemáticos, ou enciclopédicos. Por esse caminho, os dicionários podem ter propósitos, objetivos, alcances  e formatos diferentes. Pode-se observar o “Dicionário Brasileiro de Insultos”, que se destina a um público em geral e a estudiosos da cultura brasileira e o “Pequeno Dicionário  Brasileiro de Língua Portuguesa”, que se destina já a um público mais geral, sem nenhuma especificação. 

Servindo também como obra de referência, as enciclopédias buscam tornar o conhecimento mais acessível, através de um conjunto de conhecimentos que podem pertencer a uma ou várias áreas. Sua principal diferença em relação aos dicionários é que explica os assuntos em detalhes. A enciclopédia tem o objetivo de instruir. Nessa perspectiva, seu formato tem por objetivo estimular a curiosidade, como colocado por  Brigitte (2002, p. 61), a enciclopédia deve ser a de  'fazer compreender' e não mais 'fazer conhecer'. Um exemplo é a história da “World Book Encyclopedia”, que surgiu como um livro cuja estrutura ia de acordo com o currículo que crianças estudavam na escola. Para se ter uma ideia, essas enciclopédias eram vendidas de porta em porta por professores, nesse sentido, trabalhavam como portas de conhecimento, justamente por abrangerem uma gama de assuntos de uma forma interativa e intuitiva . 

 

  • Resenha 3

Seminário: Literatura Cinzenta, por Meire Prates de Souza, Raphaela Nascimento Santana de Campos e Ting Yu Peng, 2017. 

Como o próprio nome já diz, a Literatura Cinzenta é conceituada como um conjunto de informações que, pelas mais variadas razões, é algo com maior dificuldade de acesso. Sua principal característica é a restrição de sua visibilidade, limitada por triagens. Historicamente, esse tipo de literatura era denominada como “literatura não convencional”. A mudança de nome ocorreu em 1978 no seminário de York, Reino Unido, onde bibliotecários debateram seus problemas em relação ao acesso a esse tipo de documento. Em 1980 foi criada a SIGLE  (System for Information on Grey Literature in Europa), onde 7 profissionais se reuniram com o objetivo de divulgar esse material. 

Nesse sentido, em 1985, a SIGLE deixou de ser financiada pela Comissão das Comunidades Europeias (CEC) e formou uma outra rede de “aquisição, identificação e disseminação” de literatura cinzenta: a EAGLE (Associação Europeia para Exploração de Literatura Cinza). Em 2007, com o último agente operacional da EAGLE, o instituto Leibniz de Infraestrutura da Informação), o centro francês do INTI - CNRS, juntou os registros da SIGLE em um novo banco de dados online chamado o OpenSIGLE. Atualmente, a SIGLE conta com 16 países em sua formação: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, luxemburgo, Portugal, Reino Unido, República Tcheca e Rússia. 

Há também o GreyNet, dedicado à pesquisa, publicação e conscientização da literatura cinzenta. Algo interessante sobre a plataforma é que seu papel abarca a comunicação e conexão entre os agentes e organizações da literatura cinza. Para diferenciar a Literatura Cinzenta e os documentos convencionais, denomina-se literatura branca para chamar publicação de fácil acesso e identificação, como livros, periódicos, dicionários enciclopédias e afins. É necessário observar então os canais formais e informais de comunicação, que podem variar de acordo com seu formato e público. 

Ana Júlia C. B. dos Santos 

 NºUSP: 11226955


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