Postagem realizada em: 26/10/2020 às 09:38:43
Autor: Guilherme Ferder

Para a semana de Biblioteconomia da ECA/USP, foi solicitada a postagem sobre uma das palestras da semana.

Escolho a palestra do dia 19 de Outubro, no período da manhã, para isso. A palestra, intitulada "Conservação audiovisual: a resistência da Cinemateca Brasileira", com os palestrantes Carlos Calil e Fernanda Coelho, e moderação de Alex Lourenço.

Ao abordarem a questão da cultura e preservação dentro da dinâmica nacional, os palestrantes trouxeram críticas construtivas e ricos debates sobre a questão da Cinemateca, criando paralelos necessários com a questão do Museu Nacional, e os motivos pelos quais a falta e o estrangulamento da verba levaram ao fogo no acervo. No caso, os palestrantes também discutiram a questão da cultura brasileira, criando bases para entender o descaso na preservação da identidade nacional.

No caso, o Prof. Carlos Calil trouxe uma narrativa histórica construtiva, discutindo também a legislação que atua na produção cinematográfica nacional. Enquanto isso, a Profa. Fernanda Coelho trouxe um ponto interessante na dualidade cultura e arte, e a questão da ausência de formações completas de museologia, em contraponto à Biblioteconomia e Documentação. 

Ao debater cultura e arte, temos o contraste da cultura, que é conservadora e reacionária, enquanto a arte é anarquista e questionadora. Ambos os palestrantes discutiram sobre a questão de onde está hoje a Cultura nacional, subordinada à cultura reacionário estadunidense. Ambos criticaram a falta do entendimento de uma cultura nacional, ou mesmo um apetite por uma cultura clássica liberal e progressista estadunidense.

Com isso, a palestra constroi um ambiente que não só entende, mas propicia ataques à instuições de preservação de memória, cultura e informação, onde todas estão sob amplo ataque no pais, sejam museus, bibliotecas, galerias de arte, dentro todas as possibilidades do espectro. A palestra foi rica em informações e detalhes, sendo praticamente impossível não sair impactado da construção crítica que os palestrantes apresentam da cultura nacional.