Postagem realizada em: 30/10/2020 às 23:48:04 - Última atualização em: 09/11/2020 às 14:46:18
Autor: Camila Fernanda Ribeiro Rocha

As obras de referência são recursos que organizam informações sobre uma temática por meio de arranjos específicos, com o intuito de facilitar o encontro de um determinado conhecimento e permitir a sua melhor utilização pelos usuários. 

Encontrá-las é algo difícil porque elas estão localizadas em instituições ou acervos pessoais que geralmente são de difícil acesso. Por isso é fundamental que se tenham instrumentos que facilitem o acesso à estes recursos informacionais. Estes mecanismos podem ser denominados de fontes secundárias de informações. Elas tornam mais fácil o acesso do pesquisador ao conhecimento presente nas obras de referência aos pesquisadores. 

Dentre elas, os Diretórios podem ser destacados como seus exemplos mais relevantes, porque neles podem ser encontrados contatos pessoais ou de instituições onde estas obras de referência se encontram. 

Estes recursos informacionais  podem ser caracterizados como uma lista de nomes de pessoas ou de organizações que tem como objetivo facilitar o acesso do usuário ao conhecimento através de uma ordenação de fatores. Os sistemas de ordenação mais comuns que  podem ser encontrados nos diretórios são o alfabético, o  numérico, o cronológico  e o sistemático. 

Os Diretórios podem também ser chamados de Cadastros ou Catálogos e tem como objetivo facilitar o encontro de um nome ou de uma instituição da forma mais objetiva e prática possível. Por isso é relevante colocar que, à cada ítem são acrescentadas informações que permitam a recuperação deste pelo sistema operacional. Pode ser um endereço, uma função, um título,uma afiliação; enfim, algum dado que nos ajude a encontrar determinado tópico dentro do rol de opções que se podem apresentar.

Qualquer auxílio que permita a diferenciação de um dos objetos apresentados em relação aos demais deve ser colocado como relevante e também alguma característica marcante dele deve ser apresentada para que este possa ser recuperado com mais facilidade. Tudo que puder ajudar a caracterizar dado ítem é relevante dentro dos cadastros.

 Os catálogos podem ser de várias tipologias como governamentais, institucionais, gerais, especializados ; etc. Cada um deles possui um gênero específico de listagem e é direcionado à um tipo de grupo de pessoas ou instituições. 

Dentre outros pontos importantes a serem colocados sobre os diretórios, a abrangência sem dúvidas merece destaque. Cada um destes instrumentos informacionais possuem um âmbito geográfico de registro. Estes podem abranger ítens em diversos âmbitos como local, regional, nacional, internacional; etc. Um exemplo disso seria o Catálogo das Instituições Escolares da Cidade de São Paulo. Não serão então consideradas outras localidades dentro desta listagem. Se isso ocorrer, não terá validade dentro deste cadastro. 

Os Catálogos não possuem uma origem estabelecida, mas em 1086 foi encontrado um documento denominado de Donesday Book. Este registro histórico compila as posses de pessoas na Inglaterra Medieval e está organizado geograficamente; pois dividia estes bens por região e por feudos. Esta configuração facilitou o acesso à informação sobre quem possuía dada riqueza ou propriedade, assim como saber quanto estas valiam. Pode ser considerado um primórdio do que hoje se concebe como diretório.

Os cadastros também podem ter vários usos. Podem ter aplicação no âmbito comercial (ou seja, tem como característica  oferecer produtos com objetivo lucrativo); no campo educacional (voltada ao ensino); no rol profissional (visa o aperfeiçoamento em termos de ofício); em termos oficiais (ligadas aos órgãos públicos); dentre muitas outras possibilidades. Os catálogos facilitam muito o encontro de pessoas ou instituições de uma forma mais rápida e focada pelo usuário.

Podem ser citados como exemplos de diretórios o Catálogo Geral Das Instituições de Ensino Superior e o Guia de Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Estes mostram bem as características destes recursos informacionais como sua tipologia, usos e abrangência.

Eles mostram também como diversos assuntos e temáticas podem se transformar em cadastros. Houve com o passar do tempo uma enorme quantidade de diretórios, o que mostrou a necessidade de se criar um novo instrumento de recurso informacional denominado Diretório de Diretório. Ou seja, são listas que mostram outras listas. Por referenciarem uma fonte de informação secundária foram considerados fontes de informação terciárias. 

Eles se tornaram também importantes aliados aos mais diversos tipos de pesquisa. Facilitaram muito para que os mais variados tipos de pesquisadores encontrassem as melhores listas para alcançar seus objetivos.

Pensar em listas para uma geração tecnológica pode parecer algo ultrapassado, porém na prática mesmo nos recursos digitais há a presença de catálogos; seja no formato de lista tradicional que foi digitalizado, seja por intermédio de novas organizações que tem no esquema tradicional de listagem sua base.

Em resumo, pode-se ponderar que, não importa quanto tempo passe, os diretórios sempre terão uma função relevante nos mais variados tipos de pesquisas sejam elas relacionadas à tecnologia ou não. Eles são recursos informacionais que remetem à listagem; e desde o começo da humanidade o ser humano se utiliza de listas para executar os mais variados de atividades. Por isso os cadastros nunca deixarão de ter o seu valor; pelo contrário, terão consigo a relevância de informar aos mais variados tipos de usuários importantes informações sobre os mais diferentes temas e locais (ou pessoas) que possam ser de ajuda em seus questionamentos. 

REFERÊNCIAS 

CAMPELO, Bernadete Santos; CAMPOS, Carlita Maria. Fontes de informação especializada: características e utilização. Belo Horizonte: UFMG/PROED, 1988. 

CONSELHO REGIONAL DE BIBLIOTECONOMIA. Diretório Brasileiro de Bibliotecas Acessíveis. São Paulo, SP: CRB8, 2020. Disponível em: http://www.crb8.org.br/diretorio-brasileiro-de-bibliotecas-acessiveis/. Acesso em: 29.set.2020. 

CUNHA, Murilo Bastos da. Para saber mais: fontes de informação em ciência e tecnologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2001.

CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2008.