Postagem realizada em: 19/04/2021 às 11:41:36
Autor: Ana Julia Corrêa Batista dos Santos

Os Desafios do Mundo Digital

No semestre anterior, vimos as diferentes formas que os recursos informacionais evoluíram ao longo do tempo. Dessa vez, a professora Brasilina nos apresentou as diversas mutações causadas pelo paradigma digital. Se antes as enciclopédias, bibliografias e muitos outros recursos eram utilizados para organizar e sistematizar o conhecimento, hoje encontramos muitas outras ferramentas que se conectam e, de certa forma, emancipam seus usuários. Uma delas, se não a principal, são as bases de dados, que facilitam muito a produção, geração e acesso à informação. Mas é importante observar que é interessante observar que esses processos de mudança não se fecham na simples passagem do analógico para o computacional.

Algo relevante, é que a internet é reflexo das interconexões cerebrais humanas e mescla as diferentes formas de mídia, sendo uma evolução da multimídia, a chamada hipermídia ou como diria Henry Jenkins (2015), Cultura da Convergência. É um desafio para os bibliotecários pensarem nas formas em que as pessoas irão ter acesso a essa grande quantidade de saberes, para que os mesmos sejam efetivamente transformados em conhecimento. Essa grande rede necessita de consciência no momento de sua utilização. Ao mesmo tempo em que emancipa e viabiliza o contato com ideias, pesquisas, livros, artigos, também é uma grande oportunidade de as grandes empresas lucrarem. 

Na disciplina “História da Comunicação e Cultura”, ministrada pelo professor Anderson Vinícius Romanini, muito se foi falado sobre a hibridização dos humanos com as máquinas, tal qual a professora Brasilina explicitou a respeito do “homem-máquina”. O ápice desse desenvolvimento é a criação de mecanismos bastante parecidos com a mente humana. Quanto mais a internet se complexifica, mais próxima ela está das nossas conexões sinápticas, haja vista, o grande crescimento da inteligência artificial nos últimos tempos. Esse é um paradigma que acompanha muito as novas gerações, que não eram nascidas quando somente existia o analógico. Por isso, simultaneamente temos novas oportunidades de apreensão do conhecimento e muitos obstáculos em sua apropriação.  

Uma problemática que pessoalmente gostaria de levantar, é o chamado “fast-food” de conhecimento, que acaba sendo uma cultura muito comum nas redes. Ela se fecha no consumo de vídeos, imagens e textos curtos como uma forma de “encurtar” o processo de aprendizagem, com o discurso implícito e às vezes explícito de que é necessário correr contra o tempo. A verdade é que essa é uma discussão bastante complexa, pois abarca as necessidades geradas pelo mundo capitalista, que faz com que não respeitemos nossa própria velocidade. Termos como “literacia da informação” acabam sem querer insinuando que a ordem de assimilação da informação acontece de maneira contrária, como se fosse necessário o sujeito aprender a experienciar o mundo através de regras externas, ao invés do mesmo ser incentivado a encontrar e acreditar nos próprios métodos. Como muito se é estudado, a grande quantidade de informações disponíveis na rede acaba nos dando a falsa impressão de um acesso mais democrático (que por um lado é), mas que faz com que o indivíduo se perca nos excessos. 

Referências

Imagem 1. Disponível em: http://suba.com.br/problemas-do-mundo-digital/. Acesso em 19 de abr. 2021.

JENKINS HENRY. Cultura da Convergência, Aleph. 2015.