Resumo-Palestra
Postagem realizada em: 24/05/2021 às 17:09:42
Autor: Damares Teodoro
Na palestra ministrada pelo professor doutor Alan Angelucci sob o título Das Bases de Dados à Ciência de Dados: IoT, Big Data, Inteligência Artificial e Ciência de Dados, desenhou-se um panorama sobre os diversos estudos implicados na formação contínua do profissional da informação. Foram pautados pontos de convergências e divergências mediante considerando as diferentes áreas do conhecimento que contribuem para o enriquecimento do campo.
O pesquisador lembrou a trajetória das bibliotecas mencionando os atributos dados a elas pela tradição, como detentoras e guardiãs do conhecimento, e instrumento de referência já que eram, no início, locais para consultas. Da noção de “templos do conhecimento”, para a automatização, Alan ocorreram transformações extremamente significativas, um pouco mais compassadas em alguns momentos, mas muito acelerado a partir da virada do século XX para o XXI. Dos processos envolvidos houve mudanças de ordem estrutural, pois a compilação física dos itens das coleções das bibliotecas ganhou o mundo virtual compondo Bases e Bancos de Dados Bibliográficos.
O excesso de informações armazenadas na web elevou o grau de complexidade para o tratamento, depuração e disponibilidade de acesso a elas, tendo como consequência maior necessidade de munir o profissional da informação de competências diferenciadas. Isso se faz presente na vida profissional porque, conforme observa Alan, com muita informação circulando, a curadoria de dados deve ser cada vez mais cuidadosa, evitando a desinformação. Alan lembra que o volume de acessos no mundo virtual, ao conhecimento é incomparável ao que havia nos tempos passados. Basta recordar que ir à uma Biblioteca atualmente não implica, necessariamente em frequentar seu acervo físico. E isto somente acontecerá se o cliente desejar realizar alguma consulta em alguma obra ainda não disponível virtualmente. Grande parte das Bibliotecas Nacionais têm disponibilizadas muitos de seus acervos para consulta virtual. Além do cuidado com o tratamento dos dados para disponibilização, a categorização deles passou a ser de grande importância do ponto de vista estrutural.
Em um dos pontos da palestra o pesquisador apresentou uma reportagem relembrando um episódio ocorrido na virada do século XX para o XXI, conhecido como “Bug do Milênio”. Nele pode-se ter uma ideia mais concreta sobre o quanto esse universo era ainda desconhecido e o quanto ele se tornou num mar vasto para a navegação do conhecimento. Dos usos para fins militares para os domésticos, e deles para toda a indústria e economia, tendo em vista perspectivas ainda mais abrangentes, novas mídias e novas linguagens, com a Internet das Coisas, a Inteligência Artificial e o Big Data, como se não houvesse nenhuma fronteira a ser cruzada. Todavia, como apontou Alan, toda essa profusão de comunicação envolvida por essas novas tecnologias, se por um lado contribuiu para a expansão da circulação da informação e do conhecimento, por outro, levou à cobiça mercadológica promovendo um negócio altamente rentável aos donos das plataformas digitais que estão num caminho inverso da abertura, promovendo um retrocesso ao se tornarem donas exclusivas de diversas redes de informação. Além disso, fidelizam seus clientes com a falsa ideia de gratuidade do uso de seus serviços, quando na verdade se valem de sorte de informação por meio de coletas e vendas de dados.
Diante de tudo isso, resta, como mencionou Alan, observar atentamente a evolução e o caminho em curso dessas novas formas de comunicação interligadas, pois trata-se de uma via sem retorno.