Atividade Avaliativa 10 - Camila - matutino - Recursos de Busca na Internet e Plataformas Abertas
Postagem realizada em: 09/07/2021 às 23:48:39 - Última atualização em: 26/07/2021 às 13:04:00
Autor: Camila Fernanda Ribeiro Rocha
A Internet sem dúvidas transformou a maneira pela qual o homem interage socialmente. Antes do seu advento, a comunicação era muito lenta por causa das distâncias geográficas e também pela falta de recursos tecnológicos de resposta rápida.
Por meio dela, houve um aprimoramento e uma nova maneira de se pensar o mundo; pois com o aumento das trocas de experiências houve também um desenvolvimento da ciência e dos mais variados saberes.
Antes os pesquisadores demoravam muito para interagir com seus pares de pesquisa, algo que agora pode ser feito em um tempo muito reduzido - até mesmo em segundos a depender da conectividade.
Tudo isso somente foi possibilitado através de navegadores que trazem à Internet aos dispositivos. Abaixo será descrito alguns exemplos que mostrem a evolução destes instrumentos de conexão online com o passar do tempo até ao que se conhece atualmente.
WorldWideWeb (1991) - Primeiro navegador online criado por Tim Berners-Lee
Mosaic(1993) Primeiro navegador a rodar no Windows.
Netscape(1994) Navegador mais moderno da época. Trouxe diversos recursos utilizados até hoje.
Internet Explorer(1995) Navegador criado pela Microsoft para competir com o Netscape.
Mozilla Firefox(2004) Sucessor do Netscape. Um dos navegadores mais utilizados nos dias atuais.
Google Chrome(2008) Navegador lançado pelo Google. Também um dos mais utilizados na atualidade.
Todo este processo de conexão com a Internet não esteve vinculado somente à questão de entretenimento; pelo contrário, a busca por informações e a interação do usuário online com elas foram fundamentais para o avanço das pesquisas acadêmicas. Para isso os instrumentos de busca avançada através de meios eletrônicos teve que se aprimorar.
Primeiramente à uma primeira vista pode-se pensar que um recurso de busca online é algo fácil de ser compreendido. Porém ao redor dele há inúmeros fatores que o cercam.
O principal deles sem dúvidas foi a criação dos chamados motores de busca. Eles são sistemas de softwares que possuem por objetivo localizar por meio de palavras-chaves dos termos de busca, as informações presentes em um índice de endereços e assuntos que estejam armazenados digitalmente.
Afim de suprir necessidades de pesquisas do que está online foram criadas empresas como a Google. Antes delas, havia somente protocolos e listas que organizavam de forma mais rudimentar os documentos disponibilizados localmente.
Em resumo, um motor de busca seria um facilitador para se encontrar informações presentes na World Wide Web. Ao se procurar uma palavra ou frase serão dadas por ele respostas por meio de uma lista de referências em concordância com os critérios buscados.
Existem basicamente 4 tipos de buscadores:
1- Buscadores globais: pesquisam todos os documentos na rede, sendo que a os resultados não tem uma ordem específica para aparecer.
2 - Buscadores verticais: as pesquisas ocorrem dentro de uma base de ados limitado a um determinado assunto, muitas vezes são buscadores monetizados.
3- Guias locais: abrange apenas uma determinada região, geralmente relacionado com endereços ou informações sobre prestadoras de serviços. São buscadores pagos por aqueles que desejam criar um anúncio.
4- Diretórios de websites: índices de sites divididos por categorias, possibilitando ao usuário encontrar os sites de que tem interesse de acordo com a categoria.
Abaixo será colocada um panorama de evolução de como estes motores de busca se aprimoraram até chegar o que se conhece atualmente.
Archie Query Form (1990)Primeiro recurso de busca desenvolvido na McGill University em Montreal antes mesmo do WorldWideWeb.
Gopher(1991) Desenvolvido por Mark MacCahill, era um recurso de busca simples que era capaz de documentar arquivos e oferecia opção de download.
Wandex (1993) Criado por Matthew Gray, este foi o primeiro sistema de busca capaz de indexar e buscar no índice da web pages.
Yahoo! (1994) Fundado por David Filo e Jerry Yang, surgiu como uma missão de ser um serviço essencial para consumidores e negócios.
Ask Jeeves (1997)Primeiro recurso de buscas a usar editores humanos para corresponder consultas de pesquisa.
Atualmente sem dúvidas o Google é o principal motor de busca. Ele possui três recursos fundamentais que o tornam uma potência em termos de pesquisa no mundo todo. Eles são: 1- Rastreamento: Através de uma série de programas automatizados de pesquisas pela Web, o Google é capaz de rastrear e armazenar os endereços de cada página; 2-Indexação: A partir de uma análise do conteúdo de cada página, o Google armazena as principais informações de cada site em seu índice (um grande banco de dados que fica armazenado em diversos computadores da companhia) e 3- Exibição dos resultados da pesquisa: Com base na pesquisa feita por cada usuário, o Google identifica através de um filtro os resultados mais qualificados. Esse filtro leva em consideração fatores como localização, idioma e consultas anteriores.
Além dele há outros buscadores que merecem destaque. Eles são: Yahoo!, Baidu, DuckDuckGo, Bing, Wolfram|Alpha e Qwant. Apesar de não possuírem um influência tão forte como o Google, são muito utilizados por usuários do mundo todo.
Até aqui percebe-se que, buscar saberes científicos pela Internet é algo muito amplo. Não há como se restringir mais um dado saber, pois se divulgado online ele se espalha rapidamente de forma a ter um impacto muito grande em pouco tempo.
Por isso se estabeleceram as plataformas abertas. Elas são mecanismos de pesquisa acadêmica onde se reúnem artigos acadêmicos que podem ser acessados de forma gratuita.
A intenção delas é proporcionar aos usuários informação de qualidade gratuita que esteja baseada na experimentação e na razão. Alguns dos principais exemplos delas são:
Bases de Dados Bibliográficas
SciELO - Produto da colaboração FAPESP, Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde e CNPq. Surge em 1997, para lidar com as barreiras da comunicação científica nos países em desenvolvimento - especialmente América Latina e Caribe. Possui 1.022 títulos, 28.781 edições, 425.654 artigos e 9.319.095 citações (em 2014). Tem periódicos de 16 países indexados. Possível busca simples e avançada, ou navegação por coleções ou periódicos.
DOAJ - Fundado em 2003 pela Lund University, da Suécia, até ser passado em 2013 para a Infrastructure Services for Open Access. É mantido financeiramente por meio de doações. Inicialmente contava com 300 títulos de periódicos indexados, atualmente conta com 16.524; representando 126 países e 6.229.055 artigos. Requer que as submissões acatem aos padrões de open access, passando pelo subcomitê editorial e os editores das áreas do conhecimento. Disponibiliza, além dos periódicos, seus metadados para download. É possível refinar os resultados de busca por assunto, periódico, ano de publicação e se o título tem o selo de excelência DOAJ. Não contém o PDF diretamente, o DOI leva ao artigo na própria revista.
Redalyc. A Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal foi criada pela Universidad Autónoma del Estado de México em 2003. Procura dar visibilidade, consolidar e melhorar a qualidade editorial da América Latina. É uma base multidisciplinar com foco nas Humanidades e Ciências Sociais. Possui 1.420 periódicos indexados, representando 692 instituições, 26 países e 718.152 artigos. Possui uma política de Conceito de “Acesso Aberto Diamante”; ou seja, 10 princípios e valores norteadores. Há uma forte presença nele dos indicadores de impacto das áreas do conhecimento, instituições, periódicos e artigos. Possibilita o acesso aos artigos por PDF, link para o periódico, HTML e ePUB.
OasisBR. O Portal Brasileiro de Acesso Aberto à Informação Científica foi criado e é mantido pelo IBICT, apoiada pela FINEP. Agrega resultados de revistas científicas, repositórios institucionais, repositórios temáticos, bibliotecas digitais de teses e dissertações e outras fontes de informação científica. Possui 2.653.280 documentos. A entrada de artigos apresenta, além dos metadados básicos, o acesso ao documento por link ao seu periódico ou plataforma; também sugere itens similares. Permite comparar a quantidade de artigos indexados por instituição.
LA Referencia. Surge em 2012 como parte de um acorddoso de cooperação científica de dez países latinoamericanos, com o fim de oferecer como bem público a produção científica da região, com ênfase em resultados financiados com dinheiro público. O financiamento inicial foi feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. É gerida por conselho próprio, com apoio da Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas. Funciona como repositório multinacional de acesso aberto, agregando resultados de repositórios nacionais dos dez países: Oasisbr, Sistema Nacional de Repositorios Digitales (Argentina), etc. Possui 3.043.430 documentos para consulta. O Brasil é o maior provedor, com 1.483.69; A USP é a maior instituição, com 133.131; e o Repositório Institucional da Unicamp é a maior base, com 92.846 documentos. Nele pode ser feito busca simples e avançada, possibilitando limitar por campo, idioma, tipo de recurso ou ano de publicação.
Bases de Dados Estatísticas
Portal Brasileiro de Dados Abertos. Criado em 2011 pelo extinto Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, para cumprir os objetivos dos Dados Abertos provenientes da Lei de Acesso à Informação. Atualmente é mantido pela Controladoria Geral da União. Orientado pelos 8 princípios internacionais de dados abertos: completos, primários, atuais, acessíveis, processáveis por máquina, acesso não discriminatório, formatos não proprietários, licenças livres. Disponibiliza dados e informações de 198 organizações da administração pública: Universidades Federais, Governos Estaduais, Agências Nacionais (ANA, ANATEL, ANCINE, ANVISA, etc), Instituições e Fundações (Arquivo Nacional, BN, FUNARTE, FIOCRUZ), Ministérios, Tribunais, etc. Possui 10.326 conjuntos de dados representando 49.667 recursos. Preza pela simplicidade de uso. Disponibilização de dados em CSV, PDF e HTML.
World Bank Open Data. Criada em 2011, a plataforma agrega dados coletados pelo Banco Mundial. Seu objetivo é auxiliar a transparência e responsabilidade social da instituição em sua missão de diminuir desigualdades. Agrega 82 bases de dados de estatísticas e indicadores globais (Desenvolvimento Mundial, Educação, Gênero, Pobreza, Dívida Internacional, Imigração, etc). No total são 19.469 conjuntos de dados, indicadores e visualizações. O processamento e manutenção da informação é coordenado pelo Development Data Group. Apresenta uma série de recursos para explorar os dados: catálogo, banco de dados, biblioteca de microdata (provinda de estabelecimentos e lares), atlas de objetivos de desenvolvimento sustentável, dívida internacional, indicadores de desenvolvimento, consumo global e finanças abertas. Possibilita também a navegação por coleções de estatísticas (COVID-19, padrão de vida, etc), tipo de dados ou região e país.
Data.europa.eu. Lançado em 2012 pela União Europeia, como “EU Open Data Portal”. Reúne dados de diversas organizações governamentais de 36 países, totalizando 82 catálogos e 1.344.692 conjuntos de dados. Gera indicadores da qualidade de metadados de cada catálogo, baseado em cinco fatores: capacidade de busca, acessibilidade, interoperabilidade, contextualidade e responsabilidade. Realiza relatórios anuais sobre a maturidade da política Open Data na UE, apresentando indicadores de impacto, uso e implementação por país. Permite somente a busca simples, mas é possível refinar a busca por filtros, localização e escolha entre conjuntos de dados, catálogos ou conteúdo editorial. Os dados são exportáveis em 24 formatos.
Todas estas Bases de Dados citadas acima demonstram que o conhecimento pode ser acesso de forma livre (aberta). Porém há instrumentos como este que podem ser de acesso restrito (financeiramente pago).
Cada vez mais há uma tendência de que os artigos mais relevantes no âmbito acadêmico estejam publicados no acesso restrito; pois há dentro do contexto acadêmico o fator de impacto.
Em outras palavras, quanto mais artigos científicos publicados, mais um autor é relevante dentro de um tema (assunto). Porém a relevância somente acontecesse em publicações científicas importantes e estas estão presentes em sua maioria no conteúdo restrito.
Diante deste panorama, cada vez mais, o acesso restrito ganhou espaço de representatividade para os pesquisadores que são considerados como relevantes no estudo das mais variadas temáticas. Muitos deles consideram que a ciência de qualidade deve ser produzida através do acesso livre, porém na prática eles preferem divulgar seus trabalhos no âmbito restrito, pois nele ganham mais citações, mais representatividade dentro do âmbito acadêmico e visibilidade.
Por causa destes fatores mencionados acima, criaram-se mecanismos para se acessar estes mecanismos restritos de forma gratuita é o que se chama de Internet Invisível (ou Deep Web). Alguns sites são até muito conhecidos pela comunidade acadêmica como o SciHub, o Libgen e o ZLibrary.
Foram encontradas poucas plataformas de qualidade na Deep Web. Além da dificuldade navegação, o ambiente não está focado no tema da pesquisa acadêmica. Existem alguns diretórios básicos com coleções de livros, mas estes não se qualificam como bases. Por isso é filtrar o conhecimento científico que é divulgado nela.
É uma questão que gera muita polêmica e ao mesmo tempo muitas consequências para a transmissão do conhecimento. Por um lado há uma ausência de saberes científicos, digitais e principalmente informacionais para que realmente a sociedade mundial (e brasileira principalmente) formem pessoas com um nível acadêmico elevado e com um senso crítico que possibilite mudanças sociais efetivas; por outro, todo ser humano tem o direito de acessar o conhecimento de qualidade.
Assim como a Internet revoluciou a forma como o saber era transmitido e realizado até então, é necessário que novas possibilidades de mudanças sejam estruturadas para que o conhecimento chegue a todos com a maior qualidade possível - com um reconhecimento de quem o fez em termos de produção e financeiro também- porém ao mesmo tempo com um livre acesso à ele.
REFERÊNCIAS
HISTÓRIA SOBRE OS SITES DE BUSCA. Historia sites de busca. Disponível em: https://sites.google.com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-navegadores-de-internet. Acesso em: 13. jul. 2021.
PASSARELLI, Brasilina.; GOMES, Ana Cláudia Fernandes. Transliteracias: A Terceira Onda Informacional nas Humanidades Digitais. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação. Brasília- DF: março, 2020. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/29527 Acesso em: 13. jul. 2021.
PINUDO, F. S.; GOMES, S. L. R. A democratização da informação na internet: um estudo sobre a ferramenta google. Biblionline, v. 5, n. 1/2, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/1630. Acesso em: 13 jul. 2021.
PORTAL BRASILEIRO DE DADOS ABERTOS. O que são dados abertos? Disponível em: https://dados.gov.br/pagina/dados-abertos Acesso em: 13 jul. 2021.