Seminário 4
Postagem realizada em: 12/07/2021 às 00:19:21
Autor: Camila Girotto
Em continuação ao tema do seminário anterior, o grupo apresentou uma pesquisa muito boa sobre os grandes grupos editoriais e as bases de dados mantidas por eles. Traçaram uma linha histórica desde os primórdios das publicações científicas (como o Journal des Sçavants, lançado em 1665), às origens dessas grandes editoras contemporâneas e como se dá o acesso a periódicos científicos hoje, em um contexto digital e baseado no mercado.
Os grandes grupos editoriais são a ACS, a SAGE, a Reed-Elsevier, a Wiley-Blackwell, a Springer e a Taylor & Francis, empresas as quais têm tido destaque neste ramo editorial há pelo menos cinquenta anos e que como detêm um oligopólio no meio de publicações acadêmicas, estabelecem as regras para a publicação e o acesso a esses materiais em suas bases de dados. É sabido, por exemplo, que ainda há cobrança de taxas aos pesquisadores para publicação de seus artigos, e cobrança para que interessados possam acessar esses documentos; além da cobrança de assinatura das bases pelas universidades, que precisam estar a par daquilo que é publicado mundialmente nos vários campos do saber e que portanto são basicamente obrigadas a pagarem por essas assinaturas.
Neste sentido, a apresentação do grupo foi bastante interessante ao fazer uma crítica justa e com argumentos sólidos a essa comercialização do acesso à informação, a qual redunda necessariamente a entraves ao acesso e à publicação de documentos que tratem de pesquisas científicas. Ou seja, no meu entendimento, tanto o pesquisador quanto as universidades e o usuário individual são prejudicados para que as empresas mantenham lucros na exploração do trabalho de cientistas (seja através da cobrança das taxas ou pelos serviços de métricas e do escalonamento de publicações por meio de critérios duvidosos – como o “fator de impacto” e número de acessos –, os quais não necessariamente demonstram uma maior relevância desses artigos em detrimento de outros menos acessados).