Pergaminhos e manuscritos medievais
Postagem realizada em: 25/08/2021 às 14:38:40 - Última atualização em: 25/08/2021 às 14:43:30
Autor: Nicole Bottene

Como exposto na aula, com a evolução da linguagem e das capacidades cognitivas do ser humano, suportes para registros e comunicação foram surgindo. Esses suportes são fundamentais para que o conhecimento seja divulgado e acessado por todos inseridos numa sociedade seguindo o contexto social e intelectual da época retratada e, por isso, não são únicos e imutáveis.
Após a utilização das rochas e do papiro, o pergaminho foi protagonista na Idade Média onde o clero e a nobreza eram detentores do conhecimento. Esse pergaminho era feito de peles de cordeiro, cabra e ovelhas que eram limpas depois de retirada do animal morto e passavam por um processo que envolvia cal para secar, pedras-pome para alisar e pó de giz para tinta não ser absorvida. Eram guardados em forma de rolos e, mais tarde, códex (códice o qual dobrava-se em quatro ou oito, eram folhas costuradas na margem ficando em um formato parecido com os dos livros, atualmente), porém o valor era alto por envolver animais, mão de obra e tempo. Na grande maioria, esses suportes destinavam-se aos monges que faziam os manuscritos. (ALVES; SALCEDO, 2017; SOUSA, 2017).
Um dos problemas do uso dos pergaminhos era seu tamanho que dificultava o armazenamento nas bibliotecas exigindo bastante de técnicas para não estragar o material e organizar de forma correta, mesmo com o acesso restrito da época.
Voltando aos manuscritos utilizando os pergaminhos, os clérigos escreviam os textos com letras pequenas e juntas – evoluíram para letra gótica: menores e arredondadas – para economizar espaço visto que os códices utilizavam muitos pergaminhos e eram caros (ver figura acima: Manuscrito, executado com uma pena. Caligrafia gótica, de grande regularidade. Biblia latina de 1407, exposta em Malmesbury Abbey, Wiltshire, Reino Unido). Além disso, eles reaproveitavam as folhas apagando o conteúdo com as pedras-pome – técnica chamada de palimpsesto. Colofão e glosas (anotações) foram comuns nos manuscritos. (ALVES, SALCEDO; 2017).
Com o passar dos anos, a letra também evoluiu: uncial – simples, carolina – minúscula e arredondada, gótica e humanística – cursiva. As formas de escrita até o século XVIII são estudadas pela Paleografia. Os manuscritos utilizaram dessa caligrafia, bem como das ilustrações e encadernações. (ALVES, SALCEDO; 2017)
Vemos, pois, que o processo do uso dos pergaminhos foi longo e enfrentou dificuldades relacionadas as bibliotecas e aos custos, por isso, a passagem para o novo suporte, o papel, foi importante para resolver tais questões e expandir a informação e o conhecimento.
REFERÊNCIAS:
ALVES, M. S.; SALCEDO, D. A. Esclarecimento no medievo: o livro e sua transmutação. Ágora, v. 27, n. 55, p. 501-522, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/13705. Acesso em: 25 ago. 2021.
SOUSA, Maria de Fátima da Conceição. A biblioteca e o bibliotecário na era antiga, na idade média e na atualidade. 2017. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Biblioteconomia, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2017. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/96. Acesso em: 25 ago. 2021.