Postagem realizada em: 26/09/2021 às 22:52:47
Autor: Juliana Silva

RESENHA 01:

Texto: PASSARELLI, B. Do Mundaneum à Websemântica: Discussão sobre os conceitos de autor e autoridade das fontes de informação. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v. 9, n. 5, out. 2008.

O texto acima referenciado , de autoria da Profª. Drª. Brasilina Passarelli, realiza a análise da trajetória dos processos de gerenciamento e armazenamento documental, desde a criação de um ideal de universalidade e salvaguarda de todo conhecimento humano produzido, sendo este iniciado e desenvolvido por Paul Otlet, e a ser posto em prática no campo material por meio, inicialmente, do Mundaneum (inaugurado em 1910 para este propósito), até os tempos contemporâneos da Web 2.0, já tendo em vista, inclusive, o caminho futuro a ser trilhado pela Web 3.0. No decorrer da escrita, são apontados os nomes daqueles que participaram desse processo transicional, dando-se maior destaque a Theodore Nelson, criador do termo "hipertexto" em meados dos anos 60, e dessa forma, abriu-se um campo de possibilidades na inserção de elementos e interoperabilidade dos suportes textuais. Atualmente, a lógica da conexão em rede permitiu o fluxo intenso de dados e informações, em volumes anteriormente impensáveis na realidade, assim como criou o terreno propício para o surgimento de diversas plataformas de compartilhamento, tratamento e disponibilização dos mesmos de forma livre, levando a uma interessante problemática: os conceitos de autor e autoridadedas fontes de informação vão progressivamente se afastando do documento em si, o que pode gerar não somente casos de plágio e violação de direitos autorais, mas também a incerteza da confiabilidade das fontes de informação disponibilizadas na web. Desta forma, torna-se necessária, além da discussão sobre as alternativas de proteção de dados com a garantia simultânea de sua disseminação (como no caso do transcopyright), a definição de métodos que garantam a sua idoneidade, tendo em vista as características próprias do meio digital, em que, por exemplo, a ausência da revisão por pares (peer review) não invalida automaticamente a fonte. Ainda há um longo caminho a se percorrer para tornar possível o modelo Web 3.0 (Web Semântica), e para isso, o aprimoramento dos meios de busca e recuperação dos conteúdos deve estar unido à necessidade de verificação, com o auxílio de metadados, dos detalhes de produção de cada documento ou fonte de informação, como forma de unir necessidade, seleção e qualidade.

RESENHA 02:

Texto: JUNQUEIRA, A; PASSARELLI, B. A Escola do Futuro (USP) na construção da cibercultura no Brasil: interfaces, impactos, reflexões. LOGOS 34 - O estatuto da Cibercultura, v. 34, n. 01, 2011. 

O texto indicado pela resenha, de autoria de Antônio Hélio Junqueira, mestre e doutorando em Ciências da Comunicação e da Profª. Drª Brasilina Passarelli, propõe-se a analisar a produção e legado do Núcleo de Pesquisa das Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Escola do Futuro (NAP EF/USP), criado em 1989 e instituído como Núcleo de Pesquisa em 1993, a partir de seus métodos, teorias e práticas. O método de pesquisa, que possui como objetivo principal a análise do fenômenos virtuais de produção, difusão, assimilação, uso e compartilhamento da informação, utiliza como ferramenta teórica principal a etnografia virtual, que consiste na coleta e registro de dados aliada à sua interpretação e reflexão crítica, mantendo, como estratégia do observação, o distanciamento de seu objeto ou fenômeno de pesquisa. Além disso, a produção acadêmica referente ao conceito de "sociedade em rede", elaborado como manifestação social desde meados dos anos 90 pode ser considerada um importante fio condutor nos estudos sobre as relações contemporâneas em um contexto cibernético, sendo seccionado em duas ondas: a primeira preocupa-se com as políticas de acesso à inclusão digital, e a segunda com as relações entre usuário e informação, a partir de suas especificidades.

No campo prático, merecem destaque os seguintes projetos: Acessa SP; EntreMeios São Bernardo do Campo; Acessa Escola e Programa Rede São Paulo de Formação de Docentes - REDEFOR, cujo foco centra-se, majoritariamente, na mitigação das problemáticas inseridas no contexto da primeira onda. Por fim, o Observatório da Cultura Digital, criado em 2007, objetiva o estudo e reflexão pautados nas características do ambiente virtual, investigando seus sistemas e integração às relações sociais e informacionais, com ênfase na multiplicidade de literacias informacionais e produção documental.