Resenhas dos textos propostos


Referência - Texto 1:

PASSARELLI, Brasilina. Do Mundaneum à WEB Semântica: discussão sobre a revolução nos conceitos de autor e autoridade das fontes de informação. DataGramaZero, v. 9, n. 5, 2008. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/6370. Acesso em: 06 set. 2021.

 

Como o título aponta, o artigo de 2008 “Do Mundaneum à Web Semântica: discussão sobre a revolução nos conceitos de autor e autoridade das fontes de informação” busca transpassar um panorama histórico para conceitos que foram concebidos por Otlet, pelo final do século XIX e começo do século XX, dos quais (futurísticos a sua maneira) puderam indicar ferramentas e caminhos para pensar no acesso a produção humana existente que atualmente possuímos.

A cada nova mudança cultural e/ou socioeconômica, há uma repercussão estrutural para com os indivíduos e seus hábitos. E é viável tal afirmação pelo refletido no texto. Otlet pensara na possibilidade de compartilhamento e colaboração nas próprias fontes de informação, à época dispostas nas fichas em papel, ou seja, uma Web em fichas, analógica. Porém, como Passarelli bem pontua, do hipertext de Nelson, à World Wide Web de Berners-Lee e a soma de ambos multiplicados com a passagem por um período de efervescentes Movimentos sociais e econômicos (décadas de 60 a 70) é que o concebido por Otlet pôde gradativamente encontrar espaço e adeptos, e consequentemente mudar nossa relação com o acesso abrangente à informação.

Ao longo do texto, a professora apresenta diversos autores acadêmicos e referências relevantes que apoiam e balizam a discussão e principalmente a reflexão sobre o desenvolvimento e criação de ferramentas que propiciem aos usuários internautas o que é mais essencial à própria Web: o acesso irrestrito.

Para além do histórico e referências necessárias, Passarelli também nos pauta fundamentos crescentes nesse ambiente dito tão acessível como é o ambiente virtual, que vale espaço para refletirmos em nossas próprias relações com essa ferramenta. Não perder de vista que a noção da ‘Web’ é a de ser espaço de todos e, portanto, é válida nossa ação de a construirmos juntos, e não aceitarmos de forma robótica o que nos é disposto. E, além disso, (marcante do texto) é recordar que as construções dessas novas formas de acesso à informação precisarão de novas abordagens para os comportamentos futuros e seus desdobramentos para com os acervos tradicionais, analógicos.

 

 

Referência - Texto 2:

JUNQUEIRA, Antonio Helio & PASSARELLI, Brasilina. A Escola do Futuro (USP) na construção da cibercultura no Brasil: interfaces, impactos, reflexões. LOGOS, v. 34, n. 01, 2011. Disponível em: http://www.logos.uerj.br/PDFS/34/05_logos34_junqueira_passarelli_escola.pdf. Acesso em: 06 set. 2021.

 

No artigo datado de 2011, Antonio Helio Junqueira e Brasilina Passarelli, procuram apresentar “A Escola do Futuro (USP) na construção da cibercultura no Brasil: interfaces, impactos, reflexões”. Elegem como foco do artigo, a apresentação breve do panorama da Internet, além das metodologias, focos e conquistas dispostas pelo Núcleo de Pesquisa das Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Escola do Futuro (NAP EF/USP) em meio à expansão do ambiente virtual.

Numa trajetória de 20 anos, apresenta a distribuição e públicos que acessavam e acessam a internet desde 1991. Dos acadêmicos à abertura do âmbito comercial em 1994, relembra as ferramentas que aperfeiçoaram e difundiram o relacionamento virtual entre sujeito e máquina e cujo desenvolvimento levaram ao NAP EF/USP a pesquisa e ações focadas nas novas configurações comunicacionais da web, como: as novas oportunidades para produção de conhecimento; comunicação em rede; horizontalização das relações sociais de poder; e também sobre a “sociedade em rede” e os comportamentos dos “atores em rede”. Reconhece em meio a essa trajetória a presença de duas “ondas” na sociedade em rede: a primeira relativa às políticas de acesso e fornecimento de infraestrutura para conquista da cidadania de diferentes públicos mitigando a exclusão digital; e a segunda refletindo sobre a apropriação cotidiana das novas tecnologias e construção de identidades/narrativas dos atores em rede das diferentes realidades sociais e culturas.

Dessas ondas, há indicação sobre os estudos acerca das literacias digitais e da etnografia digital e de como ambas – com suas devidas conceituações – puderam ligar novas metodologias aderentes ao foco dos pesquisadores para com os atores em rede, levando a cabo “melhor compreensão e abrangência conceitual das novas práticas sociotécnicas relacionadas à apropriação das TICs [tecnologias de informação e comunicação] na contemporaneidade” (p. 65)

E como possibilidade de realmente praticar o cunho empírico/teórico do Núcleo, o artigo também elenca seu escopo no quesito ‘pesquisa-ação’ (THIOLLENT, 1986; p. 14), apresentando quatro projetos com seus devidos conceitos, público-alvo, objetivos e abrangências. Acessa SP, Projeto EntreMeios de São Bernardo do Campo, Acessa Escola (também de SBC) e o Programa Rede de São Paulo de Formação de Docente (REDEFOR), demonstram como as práticas aliadas a pesquisa universitárias podem auxiliar na Inclusão Digital, no Protagonismo Digital e também nas Literacias Digitais.

Ao longo do texto e ao final do mesmo, é possível percorrer a historicidade de um ator da Cibercultura no Brasil, que é o NAP EF/USP e a sua importância quanto à produção e disponibilização de livros e coletâneas, de relatórios analíticos sobre os resultados da Pesquisa Online-PONLINE, de Teses e Dissertações junto ao PPGCOM ECA USP e também de artigos científicos em Congressos, Simpósios; Encontros nacionais e internacionais; e em periódicos especializados.

Demonstra-se como um bom indicador para iniciar pesquisa e conhecimentos acerca da pesquisa sobre projetos e pesquisadores conectados a discussão das literacias digitais e das investigações sobre os comportamentos e movimentos dos atores mergulhados na cultura digital.


© 2017 - 2025 by NeoCyber.