Relatório sobre Seminário 3 - Literatura Cinzenta
Postagem realizada em: 13/11/2021 às 00:29:15
Autor: Esther Silva

Seminário 3 – Literatura Cinzenta
Esther Fernandes - Período Matutino
O terceiro seminário da disciplina Recursos Informacionais I foi apresentado pelas alunas Denise Garrote da Silva, Nicole Bonassi de Oliveira e Thayna Carvalho Gomes, e teve como tema a Literatura Cinzenta.
Conceito
Como apresentado no seminário, o termo "Literatura Cinzenta", originalmente gray literature, diz respeito a documentos não comerciais e que normalmente possuem difícil acesso. A literatura cinzenta inclui documentos principalmente governamentais, acadêmicos e empresariais, como teses, documentos gerados a partir de encontros ou conferências, censos e relatórios estatísticos não divulgados, manuais, entre outros. O caráter não comercial desses documentos é uma característica essencial para que recebam a atribuição de "literatura cinzenta", independente de estar no meio físico ou eletrônico, uma vez que alguns documentos digitais também podem ter seu acesso limitado. Em oposição, o seminário também nos apresentou ao conceito de "Literatura Branca", que engloba os tipos de documentos mais usuais, publicados comercialmente e com maior reprodutibilidade.
Reflexões sobre a literatura cinzenta na atualidade
A partir de observações da professora e das alunas que apresentaram o terceiro seminário, é interessante pensar que a digitalização da informação, juntamente com o rápido compartilhamento de dados e documentos através da web, apresentam-se como um "risco" à literatura cinzenta; não aos documentos pertencentes a esta literatura, mas ao conceito popularizado na segunda metade do século XX. O risco não está na recuperação desses documentos para torna-los mais acessíveis ao público, mas no fato de que algumas plataformas digitais que dispõem esses documentos podem vir a lucrar comercialmente com suas reproduções ou com a constante circulação de dados criados pelos usuários. Isso não necessariamente faria com que a literatura cinzenta deixasse de ser cinzenta, pois nem todos os documentos seriam reproduzidos em larga escala ou seriam assumidos por empresas ou editoras que aumentassem a reprodutibilidade do item, mas algumas plataformas poderiam se beneficiar de algum tipo de monetização sobre a literatura. Se plataformas que disponibilizam documentos de todo tipo gratuitamente, como, por exemplo, a Academia.edu, passarem a permitir o compartilhamento de literatura cinzenta por parte dos usuários, até que ponto esse compartilhamento poderia chegar antes de se tornar algo lucrativo para a plataforma e, em alguns casos, para a pessoa que publica o documento? A monetização feita sobre o compartilhamento a e reprodução da literatura cinzenta faria com que ela deixasse de ser cinzenta e se tornasse literatura branca?
Apesar desta pequena reflexão sobre o acesso digital à literatura cinzenta, a recuperação desses documentos e as posteriores publicações nos ambientes virtuais ajudam a manter as informações geradas na literatura cinzenta "vivas", minimizando a perda de conhecimento que poderia acontecer por má conservação de documentos "cinzentos" ou por dificuldade no acesso. E é especialmente interessante pensar que o papel do bibliotecário está profundamente ligado à preservação da literatura cinzenta tanto fisicamente quanto virtualmente, cabendo a este profissional a atarefa de garantir a recuperação física da literatura cinzenta e também sua reprodução (através da digitalização, por exemplo), para garantir que os usuários que busquem esses documentos possam encontra-los e utiliza-los.
Referências
SILVA, Denise Garrote da; OLIVEIRA, Nicole Bonassi de; GOMES, Thayna Carvalho. Literatura Cinzenta, 2021. 52 slides.
DUDZIAK, Elisabeth. O que é literatura cinzenta?, 2021. Disponível em: https://www.aguia.usp.br/noticias/o-que-e-literatura-cinzenta/