Fontes de Dados Estatísticos. Almanaques. Fontes de Dados Geográficos.
Postagem realizada em: 26/11/2021 às 15:10:19 - Última atualização em: 26/11/2021 às 15:13:49
Autor: Jonatas Pontes
Dentro das fontes de informação abordadas no seminário, gostaríamos, em um primeiro momento, frisar a importância histórica do Almanaque. Podemos traçar conexões desse tipo de literatura com o "ancien régime" na França (1492 a 1808), e verificar sua importância na difusão da leitura entre as classes trabalhadoras dentro do fenômeno denominado Biblioteca Azul; fenômeno que consistia na publicação de pequenos livros (geralmente almanaques, contos de cavalaria e livros de horas), em formato "in octavo" e papel de baixa qualidade, os quais recebiam uma capa de tom azul e eram comercializados por ambulantes de cidade em cidade. Um grande pesquisador desse fenômeno é Roger Chartier, que em seu livro "Leituras e leitores na França do Antigo Regime" mostra-nos esse movimento cultural tão importante e às vezes pouco explorado.
Importante citar que esse movimento ultrapassou as fronteiras francesas, indo para Holanda, Espanha, Inglaterra, Portugal e há quem o ligue ao fenômeno do Cordel Nordestino. Podemos verificar aí o gérmen da indústria editorial vibrante que apareceria no séc. XVIII e nos acompanharia até os dias de hoje.
Infelizmente, quanto a esse tipo de fonte de informação em específico — o almanaque —, por possuir um conteúdo muitas vezes informal e lúdico, cremos que não receba a devida atenção por parte das bibliotecas (tanto em seus aspectos de difusão e conservação), o que cremos ser uma grande falha, visto esse tipo de material ter o potencial de descrever a cultura e o estado de espírito de uma época.
Já as fontes de dados estatísticos são aqueles que apresentam dados estatísticos compilados a fim de atender as demandas industriais, comerciais, científicas e outras afins, com o intuito principal de informar e direcionar a tomada de decisão. Nesse período de sandemia do Sars-CoV-2, pelo qual estamos passando, esse tipo de material foi muito demandado, visto ser através deles que os órgãos de saúde pública puderam tomar decisões estratégicas fundamentais como: quais bandeiras aplicar à quais cidades, quais comércios fechar, em quais cidades aplicar a quarentena, entre outras decisões. Dos principais institutos que geram esse tipo de material é sempre importante relembrar o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). o qual gera anualmente diversas fontes de dados estatísticos e geográficos relacionados ao território e à população brasileira.
Falando sobre as fontes de dados geográficas podemos citar os mapas e os atlas, podendo ser, talvez, um dos tipos mais antigos de fontes de informação, visto termos exemplos desses desde os Impérios Sumérios. Gostaria de deixar aqui registrado para pesquisa a posteriori dos colegas um que sempre me intrigou, o mapa do almirante, geógrafo e cartógrafo Piri Reis (1470 a 1554). Além de sua incrível precisão para a época, nele podemos ver desenhados as costas de lugares "ainda não explorados", como a costa da Antártida, creio que valha a pena conferir.
No mais, podemos dizer que a apresentação foi muito rica e cumpriu com o proposto, trazendo reflexões relevantes e aguçando nossa curiosidade para certos temas.