Palestra IBICT: cultura da convergência


Na palestra do IBICT, passamos por 40 anos de história e gostaria de trazer aqui alguns pontos que eu acho interessante de um conceito que foi citado no período de 2004 com as influências dos conglomerados e seus produtos, como redes sociais e mídias digitais, que é a a cultura da convergência de Jenkins, a qual todos participam e são influenciados pelas narrativas das mídias.

Convergência de Henry Jenkins dá-se a partir da transformação midiática, ou seja, “a nova cultura da convergência será construída sobre referências de vários conglomerados de mídia.” (JENKINS, 2013, p. 202). O propósito em que se baseia a cultura da convergência é aquele em que as mídias antigas e novas colidem e que todos são participantes dela, desde crianças até idosos, englobando o conceito de transmídia – narrativa distribuída em diversas esferas digitais. Essa convergência colocada refere-se a uma representação de mudança de paradigma, como apontado por Jenkins (2013, p. 336):

Um deslocamento de conteúdo de mídia específico em direção a um conteúdo que flui por vários canais, em direção a uma elevada interdependência de sistemas de comunicação, em direção a múltiplos modos de acesso a conteúdos de mídia e em direção a relações cada vez mais complexas entre a mídia corporativa, de cima para baixo, e a cultura participativa, de baixo para cima.

A cultura da convergência assim como a sociedade em rede tem fundamentos no capitalismo, na indústria seja qual ela for, como pode ser visto nesta colocação sobre a indústria midiática:

A indústria midiática está adotando a cultura da convergência por várias razões: estratégias baseadas na convergência exploram as vantagens dos conglomerados; a convergência cria múltiplas formas de vender conteúdos aos consumidores; a convergência consolida a fidelidade do consumidor, numa época em que a fragmentação do mercado e o aumento da troca de arquivos ameaçam os modos antigos de fazer negócios (JENKINS, 2013, p. 336).

Continuando, a convergência tem dois papéis estimulantes: um feito pelas corporações para moldar o comportamento do consumidor e outro feito pelos consumidores para mostrar às empresas seus gostos e interesses; logo, a convergência é uma via de mão dupla – muda o comportamento dos setores midiáticos e das pessoas com os meios de comunicação (JENKINS, 2013).

No estudo de Jenkins sobre a CNN e o YouTube, o autor aponta que

[...] primeiro, na era da cultura da convergência, talvez não haja mais uma cultura mainstream forte, mas uma série de diferentes pontos de produção e consumo de mídia; segundo, no contexto cultural do YouTube, o que já foram consideradas atividades marginais passaram a ser cada vez mais normais, com cada vez mais pessoas rotineiramente checando e discutindo conteúdos produzidos por amadores, e com as instituições das mídias de massa rotineiramente reconsiderando seus métodos a fim de incorporar esse local alternativo de atividade cultural. (JENKINS, 2013, p. 358).

Importante ressaltar que a internet possibilita essa convergência de maneira cada vez mais rápida e que as grandes empresas se aproveitam dessas consequências do uso para se manter vendendo seus produtos e alimentando a indústria capitalista.

Referência bibliográfica:

JENKINS, H. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009. 428 p.


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