Futuro social


A conectividade das pessoas por meio das redes sociais é vista cada vez mais como uma forma de trocas de experiências e conhecimentos. A cada dia, mais pessoas criam contas nas redes e ficam vulneráveis ao expor seus dados, além de contribuir para que a própria plataforma gere dados sobre a forma que são usadas – consequentemente o algoritmo ditará os conteúdos que esta pessoa irá consumir. O novo volume de dados é assustador, mas ao mesmo tempo é revolucionário por permitir a conexão, a interação fora do ambiente físico.

Na área da biblioteconomia, as perspectivas devem mudar: os bibliotecários precisam aceitar e utilizar mais das tecnologias mesmo que estes não gostem por defenderem o físico. Ao passo em que as pessoas se conectam pelas tecnologias, os bibliotecários devem fazer parte desse processo e analisar as situações de maneira crítica para que possam atender a estes coatores da melhor maneira possível.

O campo da biblioteconomia deve nos próximos anos explorar mais campos da computação, das engenharias de computação e softwares para que haja profissionais que combinem ambas as necessidades.  Muitos têm receio das Inteligências Artificiais por estas ameaçarem substituir os profissionais e etc., porém no caso dos bibliotecários, as IAs não irão possuir a questão humana e social da mesma maneira que os humanos.

Yuval Harari faz indagações acerca do assunto, o que nos permite refletir acerca dos impactos das tecnologias na vida humana: “Se e quando programas de computador atingirem uma inteligência sobre-humana e um poder jamais visto, deveremos valorizar esses programas mais do que valorizamos os humanos? Seria aceitável, por exemplo, que uma inteligência artificial explorasse os humanos e até os matasse para contemplar as necessidades de seus próprios desejos? Se a resposta é negativa, a despeito da inteligência e do poder superiores, por que é ético que humanos explorem e matem porcos? ”

Entra também na questão da ética da inteligência artificial, título do texto de Nick Bostrom e Eliezer Yudkowsky com tradução de Pablo Araújo Batista (Universidade São Judas Tadeu – SP). Conclui-se que o preenchimento dos papeis sociais pelos algoritmos das IAs, implica exigências de transparência e previsibilidade (2011, p. 224). Destaca-se a seguinte afirmação:

“Sistemas de IA com estados mentais suficientemente avançados, ou o tipo certo de estados, terão um status moral e alguns podem ser considerados como pessoas − embora talvez pessoas muito diferentes do tipo que existem agora, talvez com regras diferentes. E, finalmente, a perspectiva de IA com inteligência e habilidades sobre-humanas nos apresenta o desafio extraordinário de indicar um algoritmo que gere comportamento superético. Esses desafios podem parecer visionários, mas parece previsível que os encontraremos, e eles não são desprovidos de sugestões para os rumos da pesquisa atual.” (BATISTA, 2011, p. 224).

Portanto, o futuro de certa forma é incerto e devemos nos preparar para grandes mudanças nos campos sociais, políticos e econômicos que estão intrinsecamente ligados à revolução tecnológica.

Referências:

BATISTA, Pablo Araújo. A ética da inteligência artificial. FUNDAMENTO – Rev. de Pesquisa em Filosofia, v. 1, n. 3 – maio – ago. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/download/2270/1722. Acesso em: 26 abr 2022.

Yuval Noah Harari. Pensador, [S.l]. Autores, 2005-2022. Disponível em: https://www.pensador.com/autor/yuval_noah_harari. Acesso em: 26 abr 2022.

 


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