Boom informático e informacional


Passamos durante meados do século passado por uma mudança do paradigma comunicacional. A sociedade, até então entendida como sociedade de massa, após os avanços ocorridos nas ciências informacionais, migrou paulatinamente para o status no qual a conhecemos hoje: a sociedade da informação. É certo que essa revolução teve sua grande mola propulsora na figura do matemático inglês, Alan Turing, o qual, juntamente com sua equipe da Escola de Códigos e Cifras do Governo Inglês (Bletchley Park), decifrou a máquina Enigma nazista, fazendo com que através das informações conseguidas, a Marinha inglesa obtivesse significantes vitórias nas Batalhas do Altântico, durante a II Guerra Mundial.

Após a vitória da guerra pelos aliados, o avanço computacional cresceu exponencialmente, tanto em capacidade de armazenamento quanto em potência de processamento. Esse crescimento foi descrito pelo químico californiano, Gordon Moore, em sua lei homônina, a qual ele afirmava que:

"A complexidade para componentes com custos mínimos tem aumentado em uma taxa de aproximadamente um fator de dois por ano ... Certamente em um curto prazo pode-se esperar que esta taxa se mantenha, se não aumentar. A longo prazo, a taxa de aumento é um pouco mais incerta, embora não haja razões para se acreditar que ela não se manterá quase constante por pelo menos 10 anos. Isso significa que em torno de 1975, o número de componentes por circuito integrado para um custo mínimo será 65 000 (65nM). Eu acredito que circuitos grandes como este poderão ser construídos em um único componente (pastilha)." (MOORE, 1998)

A lei supracitada provou-se correta e os computadores inicialmente projetados para uso militar (bem como sua rede de comunicação), desdobrou-se com o passar das décadas nesse boom informático — e automaticamente, informacional —, que vivemos hoje.

Atualmente encontramo-nos em um franco processo de hibridização, no qual, segundo a teoria de Baudrillard, em breve, possivelmente não consigamos ter certeza entre o que é real e o que simulacro. Cabe a nós acalmar nossos ânimos esperando que as mais cruéis distopias já escritas não se concretizem, e ao mesmo tempo, trabalhar para que consigamos tanto nossas técnicas biblioteconômicas como a nós mesmos à nova era que desvela-se frente aos nossos olhos. Que venha a WEB 4.0!

 


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